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Marcos do Val vai de denunciante a investigado em 48 horas

Senador deu diferentes versões sobre o grampo golpista em Moraes proposto por Bolsonaro e Silveira

A vida do senador Marcos do Val (imagem) virou uma montanha-russa desde a noite de quarta-feira (1ª), quando ele revelou em uma live de Instagram do Movimento Brasil Livre (MBL), que em dezembro o então presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou envolvê-lo em um grampo ilegal na tentativa de desencadear um golpe de estado. O objetivo seria encontrar uma brecha para o cancelamento do resultado das eleições presidenciais, impedindo a posse de Lula e decretando a prisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que investiga o ex-mandatário e seus aliados por uma série de suspeitas, incluindo os ataques aos 3 Poderes, em 8 de janeiro.

Na tarde desta sexta-feira (3), Moraes autorizou a Polícia Federal (PF) a colher oficialmente o depoimento do parlamentar enquanto suspeito. Até ontem, o denunciante informal do suposto complô seria apenas testemunha. Delegados e agentes da PF deverão determinar, de uma vez por todas, se ele mentiu em suas entrevistas à imprensa e conversas extraoficiais com o ministro, pois deu diferentes versões sobre a reunião mantida com Bolsonaro e o agora ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ). Nesse encontro sem registros oficiais no Palácio do Planalto, ele foi convidado a gravar ilegalmente o ministro Moraes, com quem depois trocou mensagens. Moraes diz que mal conversou com o senador ao longo dos últimos anos e que jamais foram amigos, por isso não faria sentido tentar extrair dele qualquer observação.

Do Val contou para Moraes do grampo e não teria aceitado a empreitada ilegal de Bolsonaro e Silveira, mesmo assim se recusou a prestar um depoimento formal assinado sobre a ilegalidade. Por isso há desconfiança sobre suas reais intenções. O senador também afirmou que abriria mão do mandato, mas depois desistiu – vai precisar.

Sobre o caso

Em entrevista à Veja, Do Val afirmou com todas as letras que Bolsonaro tentou cooptá-lo. Após mudar sua versão ao G1, sua declaração em áudio foi veiculada no site da revista: “Disse, sim. Que o GSI ia me dar o equipamento para poder montar para gravar. Aí eu falei assim, quando eu falei que ‘mas não vai ser aceito’. ‘Não, o GSI já tá avisado’. Quer dizer, já tinha validado a fala comigo. ‘Eles vão te equipar, botar o equipamento de escuta, de gravação e a sua missão é marcar com o Alexandre e conduzir o assunto até a hora que ele falar que ele, que ele avançou, extrapolou a Constituição, alguma coisa nesse sentido.’ Aí ele falou: ‘Ó, eu derrubo, eu anulo a eleição, o Lula não toma posse, eu continuo na Presidência e prendo o Alexandre de Moraes por conta da fala dele, que ele teria’.”

A PF também terá que ligar os pontos, pois a denúncia carece de provas consistente, apesar dele ter mostrado algumas supostas mensagens trocadas com Daniel Silveira. Nada ali parece incriminar o ex-presidente. Por isso, o ministro pediu aos veículos de imprensa que entrevistaram o parlamentar que entreguem as gravações para comparação. Sua participação na live do MBL também foi solicitada à Meta, controladora do Instagram.

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