O ano de 2022 começou e as fileiras do Centrão começam a se movimentar. O assunto mais urgente parece ser a insatisfação com a atuação da secretária de governo, Flávia Arruda (imagem) – deputada do PL licenciada. As informações são da coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo nesta terça-feira (4). Se a pressão das lideranças da situação surtir efeito, o presidente Jair Bolsonaro (PL) deve trocar a ministra antes de abril.
Arruda é ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) de 2021, o que a viabilizou ao atual cargo, indicada pela bancada do Progressista, em especial o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Entretanto, a parlamentar não teria honrado seus compromissos nos últimos meses com a classe política, o que deve derrubá-la. A gota d’água foi a promessa não cumprida de liberar cerca de R$ 600 milhões para projetos de parlamentares junto às suas bases eleitorais. Arruda teria dito que a culpa é da Economia, que deveria ter publicado uma portaria liberando a verba. Um assessor da pasta, afirma que esse pedido não existiu. “Quem pilotou o orçamento de 2021 foi ela e não viu isso?”, questiona outro deputado em sigilo.
Segundo líderes, na última semana ela não atendeu o celular quando procurada. Vale explicar que a pasta que ocupa é responsável pela articulação entre o governo e o parlamento. Por causa de suas falhas recorrentes, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) foi catapultado à Casa Civil para criar melhor trânsito político.

O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), líder do partido na Câmara, parte da base do governo, em mensagem postada em grupo de WhatsApp na semana anterior, avisou aos colegas que, a partir de agora, defenderá a demissão de Arruda e que o governo não conte com mais ele ou seu partido. Este primeiro sinal de desembarque dos partidos do Centrão tornaria o presidente mais enfraquecido na reta final de seu mandato. Motta afirma que a Secretaria de Governo será entregue ao PL.
A saída de Flávia Arruda pode ser uma boa solução antecipada para o governo, já que ela deve ser novamente candidata ao legislativo em 2022. É provável que dispute a cadeira ao Senado pelo Distrito Federal hoje ocupada pelo senador José Reguffe (Podemos).