O documento da PGR detalha ao STF o que envolvidos fizeram na tentativa falha de golpe e nos planos de assassinato
Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, o plano intitulado “Punhal Verde Amarelo” foi arquitetado e levado ao conhecimento do então presidente da República, Jair Bolsonaro, “que a ele anuiu, ao tempo em que era divulgado relatório em que o Ministério da Defesa se via na contingência de reconhecer a inexistência de detecção de fraude nas eleições”, aponta a denúncia PGR apresentada na noite dessa terça-feira (18) ao Supremo Tribunal Federal (STF). Boa parte do material é derivado das delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid atuaria como intermediário e mensageiro com os diferentes núcleos do complô. O material foi confirmado por investigações da Polícia Federal (PF).
Além de Bolsonaro, outras 33 pessoas também foram denunciadas.
Confira alguns pontos
Matar Lula, Moraes e Alckmin
Bolsonaro sabia
“A ciência do plano pelo presidente da República e sua anuência a ele são evidenciadas por diálogos posteriores, comprobatórios de que Jair Bolsonaro acompanhou a evolução do esquema e a possível data de sua execução integral”, ressalta Gonet.
O nº 2 da Secretaria da Presidência
Um áudio de WhatsApp obtido por policiais federais mostra que Mário Fernandes [general de brigada da reserva Exército e homem de confiança de Bolsonaro] relata a Mauro Cid que havia estado pessoalmente com Jair Bolsonaro e debatido o momento ideal de serem ultimadas as ações tramadas, conforme a seguinte descrição: “Durante a conversa que tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo, não seria uma restrição, que isso pode, que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas (…), ai na hora, eu disse, pô presidente, mas o quanto antes, a gente já perdeu tantas oportunidades.”
Venenos
“O plano se desdobrava em minuciosas atividades, requintadas nas suas virtualidades perniciosas. Tinha no Supremo Tribunal Federal o alvo a ser ‘neutralizado’. Cogitava o uso de armas bélicas contra o ministro Alexandre de Moraes e a morte por envenenamento de Luiz Inácio Lula da Silva”, destaca Gonet.
Acampamentos para justificar intervenção
Bolsonaro
“O então presidente sempre dava esperanças de que algo fosse acontecer para convencer as Forças Armadas a concretizarem o golpe. O colaborador [tenente-coronel Mauro Cid], inclusive, afirma que esse foi um dos motivos pelos quais o então presidente Jair Bolsonaro não desmobilizou as pessoas que ficavam na frente dos quartéis”, destacou o documento, ao citar a delação de Cid à Polícia Federal (PF).
Comandantes
“Em relação a isso, o colaborador também se recorda de que os comandantes das três forças assinaram nota autorizando a manutenção da permanência das pessoas na frente dos quarteis por ordem do então presidente Jair Bolsonaro”, detalhou o documento.
Braga Netto
“O colaborador [Cid] reafirma que tanto o então presidente Jair Bolsonaro quanto o general Braga Netto esperavam que algo pudesse acontecer para convencer as Forças Armadas a darem o golpe e, por isso, incentivavam a manutenção das mobilizações em frente aos quartéis”.
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