Pleito de 2022 começa a afetar as gestões do estado, dos municípios e a vida dos pagadores de impostos
A disputa eleitoral chegou aos problemas estruturais e tragédias. O governo de Jair Bolsonaro (PL) disse que não liberará os R$ 471,8 milhões solicitados pelo governo paulista para o atendimento dos municípios afetados pelas chuvas. O governo federal afirmou que suprirá as demandas das prefeituras das cidades. A negativa foi feita nesta terça-feira (1º).
Diferente do descaso com a tragédia baiana ao qual o presidente não interrompeu suas férias no litoral catarinense para entender o que estava acontecendo no país que governa, desta vez, ele sobrevoou as áreas mais afetadas pelas chuvas em São Paulo, que levaram à morte de 24 pessoas. Além dos óbitos, os alagamentos e deslizamentos deixaram mais de 1,5 mil famílias desabrigadas e pelo menos 27 municípios paulistas foram afetados.
Enquanto ele criticava a situação de moradia dos atingidos, alegando “falta de visão de futuro”, quem realmente não teve visão foi ele, ao negar as verbas ao governo paulista por picuinha eleitoral. Vale lembrar que tanto ele quanto o João Doria (PSDB) são pré-candidatos à presidência e já trocaram farpas ao longo de 2021. Doria se manifestou em suas redes sociais.
Nosso povo está sofrendo as duras consequências das chuvas que castigaram nosso estado. A visita do presidente a SP para oferecer ajuda aos que mais necessitam é bem vinda.
— João Doria (@jdoriajr) February 1, 2022
A quem puder endereçar
Foi encaminhado um ofício pela Secretaria de Desenvolvimento Regional na segunda-feira (31), a administração estadual solicitava R$ 50 milhões de forma emergencial para intervenções urgentes nas cidades de Rancharia, Ribeirão Preto, Arujá, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itupeva, Jaú, Presidente Venceslau, Rafard, Várzea Paulista, Monte Mor e Itapevi. Também pedia mais R$ 321,8 milhões para políticas de investimento antienchente e R$ 100 milhões para implementação de reservatórios.
O ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse que o pedido trata principalmente de obras de contenção, não de ações emergenciais. “Não é a Defesa Civil e não é dessa forma. Ele tem que endereçar ao orçamento geral da União e essa discussão se dá no ano que antecede a aplicação geral do Orçamento. Eu tenho certeza que o governador tem essa informação”, disse Marinho.
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(Imagem em destaque: reprodução TV Globo, Itapevi, Grande São Paulo)