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Silvinei nega interferência da PRF no 2º turno da eleição

Ex-chefe da corporação diz que houve 694 pontos de fiscalização em estradas federais do país

O ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques negou em depoimento à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), nesta terça-feira (20), que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro que o órgão tenha agido para atrapalhar as eleições de 2022.

A “Operação Eleições” fez uma série de blitze em todos os estados do país em 30 de outubro de 2022, dia do segundo turno. Segundo a PRF, o foco era evitar possíveis crimes eleitorais.

O STF (Supremo Tribunal Federal) havia proibido operações que afetassem o transporte de eleitores, gratuito naquele dia em várias cidades. Mesmo assim, a PRF, sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL) e então comandada por Vasques, seu apoiador, realizou centenas de bloqueios, com inspeção de vans e ônibus, principalmente no Nordeste, conforme revelou documento.

De acordo com o ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal, houve 694 pontos de fiscalização em estradas federais em 30 de outubro, data do segundo turno das eleições. No Nordeste, região onde o eleitorado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) era mais forte, foram 25 locais por estado, com 26 veículos fiscalizados em média em cada ponto de abordagem;

No dia das eleições, a realização de bloqueios nas rodovias no interior do Nordeste foi apontada nas redes sociais como forma de afastar os eleitores do petista das zonas eleitorais, o que configuraria um possível uso político da PRF pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL). A hipótese foi negada por Silvinei Vasques.

“O Nordeste, assim como o Norte, foi um dos locais em que a polícia menos realizou fiscalização. Onde mais se fiscalizou foi no Sudeste, e depois no Sul e no Centro-Oeste”, disse.

Para o ex-diretor, não haveria como articular a ação sem vazamentos. “Número grande desses policiais é de ideologia progressista, de esquerda. Será que, desse grande efetivo, nenhum participou ou viu no corredor alguma coisa? Não tem como fazer uma situação dessa, envolver policiais no Acre, Amapá, Rio Grande do Sul sem ter uma simples conversa de corredor.

Em sua fala inicial aos parlamentares, Silvinei afirmou que o trabalho realizado pela PRF nas rodovias federais no dia das eleições foi realizado com foco na prevenção de crimes e infrações de trânsito. O ex-diretor geral da PRF reiterou que o Nordeste é a região onde se concentra grande parte da malha viária de estradas, com maior quantidade de acidentes com vítimas registrados de acordo com dados da corporação.

Réu por improbidade administrativa na Justiça Federal do Rio de Janeiro, sob acusação de pedir votos de forma ilegal em uma rede social para o então presidente Jair Bolsonaro (PL), Silvinei se aposentou do cargo em dezembro, aos 47 anos, com vencimentos integrais preservados.

Questionado pela relatora, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), Vasques admitiu que recebia ligações do ex-presidente sobre questões profissionais, como a respeito de operações rotineiras nas estradas e também sobre locais de descanso para caminhoneiros durante a pandemia de covid-19, mas negou qualquer proximidade com Bolsonaro.



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