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Polícia Civil faz operação contra Márcio França

A Polícia Civil de São Paulo cumpre mandados judiciais de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), na manhã desta quarta-feira (5). Pré-candidato ao governo paulista, ele e seu irmão, o médico Cláudio França, são alvos de uma investigação sobre um suposto esquema de desvio de recursos da área da saúde em contratos que somam mais de R$ 800 milhõs no período de cinco anos. Também são investigados ex-funcionários de organizações sociais, empresários e médicos.

Os mandados são cumpridos em 34 endereços na cidade de São Paulo, na Baixada Santista e nas regiões de Araçatuba, Bauru, Campinas, Araçatuba e Presidente Prudente. Ele e os demais são suspeitos dos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. por meio de organizações sociais (as chamadas OSs) para desviar recursos mediante contratos superfaturados para gestão de unidades básicas de saúde e hospitais. A operação é acompanhada pelo Ministério Público e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

A Polícia Civil afirma que França entrou na investigação por causa de seu irmão, Cláudio França, captado em uma escuta telefônica com um suposto testa de ferro para captação de recursos. Nos diálogos, foram discutidas percentagens destinadas a cada integrante do grupo. Cláudio França atua no Instituto Sócrates Guanaes, uma entidade sem fins lucrativos que foi contratada sem licitação pelo estado, entre junho de 2017 e abril de 2018, para administrar os hospitais regionais de Itanhaém e de Registro e unidades de saúde no interior. Os contratos somaram R$ 824,1 milhões ao longo de cinco anos.

A operação de hoje é um desdobramento da Operação Raio-X, que em setembro de 2020 deteve temporariamente 64 pessoas e cumpriu 237 mandados de busca e apreensão. Os desvios seriam de mais de R$ 500 milhões dos cofres públicos. Até agora, 48 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público e, dessas, 19 foram condenadas pela Justiça.

Em 2017, o então vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), foi homenageado na cidade de Birigui (SP) com um jantar oferecido pelo médico Cleudson Garcia Montali (à dir), condenado por chefiar esquema criminoso na Saúde

A Operação Raio-X levou à condenação do médico Cleudson Garcia Montali, de Birigui (SP). Além de 104 anos de prisão, ele teve que ressarcir os cofres públicos em quase R$ 1 milhão por ter cometido irregularidades nos contratos com equipamentos de saúde de 27 cidades. O segundo problema de França seria sua ligação com Montali.

Em 2018, às vésperas de deixar o governo paulista, França cancelou a demissão de Montali “a bem do serviço público” por irregularidades surgidas na esteira das investigações da Raio-X. A demissão virou uma suspensão por 30 dias. Esse mesmo pedido (para redução da pena) havia sido negado pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) em dezembro de 2015.

Em 2020, quando era candidato à Prefeitura de São Paulo, França afirmou ter seguido pareceres internos que consideravam ser a decisão mais justa a tomar. Todavia, dias antes França viajou com Montali.

O outro lado

Por meio de nota, Márcio França alegou ser alvo de uma operação política, já que é pré-candidato ao governo paulista na eleição deste ano: “É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político.”

A íntegra a nota

“Começaram as eleições 2022. 1ª Operação Política.
Não há outro nome para uma trapalhada, por falsas alegações, que determinadas ‘autoridades’, com ‘medo de perder as eleições’, tenham produzido os fatos ocorridos nesta manhã em minha casa.

Toda operação policial tem nome! Essa é uma operação política e não policial. Ela é, evidentemente, de cunho político eleitoral.

Não tenho ou tive qualquer relação comercial ou advocatícia com as pessoas jurídicas e físicas que são alvo da investigação. É lamentável que se comece uma eleição para o Governo de SP com estas cenas de abuso de poder político.

Já venho há tempos alertando que um grupo criminoso em SP tenta me impedir de expressar expressar a verdade. Sabem que não compactuo com eles, que querem tomar conta do Estado de SP. Se depender de mim, não vão conseguir.

Eu não sou alvo de nenhuma operação, pois sou advogado particular, não tenho relações nem vínculo com serviços públicos. Não tenho relação com a área médica ou de saúde. Tenho 40 anos de vida pública, não respondo a nenhum processo criminal.

Só deixarei de ser governador de SP se o povo paulista não quiser. Não tenho medo de ameaças ou de chantagem. Em 40 anos de vida pública, já fui muitas vezes difamado e injustiçado, nunca condenado. Aliás, já enfrentei adversários muito mais qualificados. qualificados. Não vão ser os meus atuais concorrentes, notórios mentirosos, que me farão recuar.”

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