O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União, André Mendonça, teve sua sabatina junto aos senadores para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) marcada para a próxima quarta-feira (1º), a partir das 9h. Ele deve comparecer à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que tem como relatora a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), indicada pelo presidente da comissão, Davi Alcolumbre (DEM-AP).
“Vou me pautar por informações e também pela boa técnica legislativa, sem qualquer preconceito político, ideológico e muito menos religioso. O que importa neste momento é o currículo e a capacidade técnica do indicado”, disse a parlamentar. Mendonça foi indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro em 13 de julho, com a oficialização à CCJ em 18 de agosto.
Porém, Alcolumbre protelou propositalmente a sabatina, como forma de retaliação à falta de apoio do presidente, que preferiu Rodrigo Pacheco (DEM-MG) na presidência do Senado. A atitude foi questionada por diversos parlamentares, o que gerou incômodos e foi classificado como um “embaraço” pelo presidente da comissão, que não foi escolhido à reeleição.
Em sua defesa, Alcolumbre argumentou que a definição sobre a pauta das comissões e do plenário cabe aos presidentes e nada teria com religião ou ideologia – Mendonça é cristão pentecostal e se encaixa no desejo do presidente da República de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” ao STF, como forma de agradar parte significativa de seu eleitorado.