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Justiça Eleitoral cassa o mandato de deputado do bispo Crivella

Quando prefeito do Rio, político abusou do poder ao usar servidores para tentar impedir reportagens negativas sobre a saúde pública

A Justiça Eleitoral determinou a cassação do mandato do deputado federal Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). A decisão é da juíza Márcia Santos Capanema de Souza, que também aplicou uma multa de R$ 433 mil. A magistrada afirmou na sentença que a decisão teve “caráter pedagógico-preventivo” e demonstra o repúdio à “conduta moral e ilegal perpetrada”. O político está inelegível até 2026, seguindo uma decisão de 2020.

Bispo de Igreja Universal do Reino de Deus, Crivella foi senador (2003 a 2017), ministro da Pesca (2012 a 2014) e prefeito do Rio de Janeiro (2017 a 2020). Em 2020, foi acusado de montar um esquema para tentar impedir a divulgação de reportagens sobre saúde pública que fossem negativas à administração municipal. O caso foi denunciado em reportagens do RJ2, da TV Globo, e ficou conhecido como o dos Guardiões do Crivella, que eram servidores públicos encarregados circular por unidades de atendimento para intimidar cidadãos a falar livremente com profissionais de imprensa sobre o sistema de saúde do Rio durante o período eleitoral. O esquema foi desmontado quando a reportagem descobriu conversas por WhatsApp organizando os funcionários a fazer rondas contra os jornalistas.

Corrupção

Os envolvidos foram identificados e acusados de desvio de função por determinação do ex-prefeito do Rio. Por causa de um caso de corrupção na Riotur, Crivella acabou detido por determinação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ), em 22 de dezembro de 2020, a nove dias do término de seu mandato.

O processo que cassou seu mandato é decorrente de um ação de 2020 da coligação “É a vez do povo!” (PT e PCdoB). O bispo foi acusado de “prática de abuso de poder de autoridade e conduta vedada a agente público em campanhas eleitorais, com base na Constituição”. A defesa de Crivella afirmou que a decisão da justiça Eleitoral não tem efeito imediato e que já entrou com um recurso contrário.

Suspeitas e empurrão

Marcelo Crivella também praticou outros atos autoritários e suspeitos. Em 2019, agrediu aos empurrões um jornalista que tentou entrevistá-lo; em 2020, a Polícia Civil atendeu uma ligação do então prefeito a um investigado por corrupção que acaba de ser detido – Crivella desligou, mas tudo foi gravado. Por misturar suas crenças religiosas com seus deveres na administração, em 5 de setembro de 2019 determinou o recolhimento de uma revista em quadrinhos da Marvel das estantes da Bienal do Livro. A graphic novel mostrava dois personagens masculinos trocando um beijo apaixonado.

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