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O poder da persistência: grandes sucessos que quase não vingaram

O que o filme “O Poderoso Chefão” e os Beatles têm em comum? Executivos incompetentes que previram o fracasso de ambos

Ontem, 14 de março, o lançamento do filme “O Poderoso Chefão” completou cinquenta anos. Um dos maiores ícones cinematográficos de todos os tempos, a película dirigida por Francis Ford Copolla gerou duas continuações fabulosas e abocanhou três prêmios Oscar (foi indicado para dez categorias). Além de uma crítica francamente favorável, esta obra também foi um sucesso de público: faturou cerca de US$ 250 milhões em 1972 e se tornou o filme de maior bilheteria da história, até ser desbancado por “Tubarão”, de Steven Spielberg, quatro anos depois.

Hoje, no entanto, sabemos que a Paramount, que financiava o projeto, tinha certeza de que o filme seria um fracasso e regulava cada centavo a ser liberado à produção. Além disso, os executivos do estúdio implicavam com tudo o que Copolla tinha imaginado para a trama: as imagens, por exemplo, eram consideradas escuras demais. O elenco (um dos mais ecléticos já reunidos em uma produção) era constantemente criticado e o diretor recebeu ordens expressas de trocar vários atores (nenhuma ordem, felizmente, foi seguida). Por fim, o estúdio também implicou com a trilha sonora de Nino Rota, especialmente com a música-tema, que é assoviada pelos quatro cantos do planeta.

O que teria ocorrido se Francis Copolla não tivesse persistido e defendido seu projeto com unhas e dentes? Provavelmente teríamos um filme sem alma, que não conseguiria o mesmo sucesso da versão que foi lançada.

Como o “Chefão”, há inúmeros casos de sucesso no mundo corporativo cujas ideias iniciais foram rejeitadas por executivos e investidores. E, no mundo artístico, há inúmeros exemplos de executivos brilhantes que deixaram passar embaixo de suas pernas oportunidades fantásticas devido a um julgamento falho.

Brian Poole and the Tremeloes versus The Beatles

O caso de Dick Rowe, diretor da gravadora Decca, é um desses exemplos. No início de 1962, ele avaliou um grupo do litoral britânico que vinha fazer um teste, gravando quinze canções em seus estúdios. Mas uma outra banda também tinha sido avaliada: Brian Poole and the Tremeloes. No final, Rowe bateu o martelo em favor dos Tremeloes.

O empresário do grupo rejeitado não se conformou e foi a Londres tentar mais uma chance. Foi quando ouviu uma frase que se tornou famosa: “Bandas com guitarras não têm futuro, senhor Epstein”. O nome completo deste empresário era Brian Epstein. E o da banda? The Beatles, o maior fenômeno musical de todos os tempos. Dick Rowe ficou conhecido no mercado como “o homem que recusou os Beatles”, mas se redimiu rapidamente. Ficou amigo de George Harisson e ouviu dele vários elogios a respeito dos Rolling Stones. Foi até a banda e assinou um contrato sem pestanejar.

Stephen King é conhecido hoje por ser um dos maiores escritores de best-sellers do mundo. São 59 livros publicados, dos quais vários viraram filmes (“O Iluminado”, “It – A Coisa”, “À Espera de um Milagre”, entre outros). Mas, no início de sua carreira, não conseguia emplacar nenhum contrato com as editoras. Em um acesso de raiva, jogou fora os originais daquilo que viria a ser sua primeira obra, “Carrie, a Estranha”. Sua esposa viu os papéis no lixo e começou a ler a história. Convenceu King a dar uma última polida no texto e encaminhá-lo à DoubleDay. Foi aprovado e começou sua carreira de sucesso.

“Le Freak” e “Happy”

Voltando ao mundo da música. O guitarrista Nile Rodgers estava no auge em 1978. Sua banda, chamada Chic, surfava a onda da Disco Music, e suas músicas estavam nas paradas de todo o mundo. Ele e o parceiro Bernard Edwards compuseram “Le Freak”, depois de ser barrados na discoteca Studio 54 na festa de Réveillon e marcaram um encontro com a cúpula da gravadora Atlantic para mostrar a nova composição.

Durante a execução da fita demo, ele viu os executivos da gravadora saírem, um a um, da sala. Até que, ao final da música, sobraram apenas os dois compositores. Eles, então, saíram pelos corredores da Atlantic procurando pelos interlocutores. Os encontraram em uma sala, na qual estavam reunidos para encontrar uma forma suave de negar o lançamento daquela música, que foi considerada muito diferente de tudo o que se fazia na época. Rodgers falou grosso e ameaçou cancelar o contrato e ir para a concorrência. A música foi lançada sem nenhum entusiasmo pela empresa. Foi direto ao número um e eleita pela Billboard a mais vendida do ano.

Para finalizar, mais uma do universo musical. A canção “Happy”, de Pharrell Williams, é conhecida mundialmente. Mas tinha sido gravada anteriormente por Cee Lo Green. Tinha tudo para ser um hit na voz do cantor. Porém, sua gravadora e seus agentes não gostaram da composição e e a gravação ficou na geladeira. Quando conversou com os responsáveis pela trilha sonora do filme “Meu Malvado Favorito 2” (entre os quais o brasileiro Heitor Teixeira Pereira, conhecido como “Heitor TP”, ex-guitarrista da banda Simply Red), Williams foi aconselhado a gravar a música, que seria incluída na película. Foi um sucesso imediato e estrondoso e está entre as 100 músicas mais vendidas de todos os tempos.

Perseverança e persistência são características fundamentais em vários aspectos da vida. Mas ganham um significado ainda maior para quem está buscando o reconhecimento e o sucesso. Sem essas duas qualidades, artistas e empresários morrem na praia e deixam de realizar sonhos e ideais. A tenacidade é um dos ingredientes mais poderosos que se enxerga na evolução humana e deve ser perseguida sempre, mesmo com os solavancos de praxe. Como o escritor F. Scott Fitzgerald costumava dizer: “Nunca confunda uma única derrota com a derrota final”. E não pare de lutar. Nunca.

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