O governo dos Estados Unidos indicou nova embaixadora para ocupar o posto diplomático no Brasil. Elizabeth Frawley Bagley (imagem) passará a chefiar a embaixada norte-americana em Brasília. O anúncio foi feito na noite desta quinta-feira (20).
Para a confirmação, a indicação precisa ser apreciada e confirmada pelo Senado norte-americano. A embaixada não informou quando a votação deverá ocorrer. O partido Democrata possui, atualmente, 48 cadeiras no Senado, contra 50 do Republicano. Entretanto, os dois senadores independentes da casa também apoiam Joe Biden, assim como a presidente da casa, a vice-presidente Kamala Harris – que também ocupa o cargo de presidente do Senado e possui poder de desempate em votações acirradas.
Essa composição pode garantir Bagley, que é advogada, já atuou como diplomata e atualmente é diretora de uma empresa de telecomunicações no Arizona. Sua única experiência como embaixadora foi no comando da representação diplomática dos EUA em Portugal. Ela também trabalhou como conselheira de secretários de Estado durante os governos democratas de Bill Clinton e Barack Obama. Durante a carreira diplomática, também foi representante especial para a Assembleia das Nações Unidas (ONU).
Na avaliação da professora de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica do do Rio de Janeiro (PUC-RJ) Ana Garcia, a mudança tem que ser vista no contexto de rearrumação do governo de Joe Biden para enfrentar desafios no combate à pandemia, recuperação econômica e na política externa. “No caso do Brasil, a mudança da embaixadora vem no ano eleitoral, e isso não é irrelevante no campo das relações exteriores. O Brasil é um país fundamental para os americanos no continente, porque é um país que ainda consegue ter força diplomática frente à China, algo que em outros países da América Latina tem sido difícil”, analisa.
A professora acrescenta que Elizabeth Bagley é bem situada no Partido Democrata e tem grande histórico no setor privado. “O governo brasileiro deverá ter nessa nova embaixadora uma figura importante de referência para a aproximação com os Estados Unidos”, concluiu.
(com Agência Brasil)