Após relatório apontar conflito de interesses, consultor abriu mão de liderar a estatal. Planalto tentou evitar crise sem sucesso
O economista Adriano Pires, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para assumir a presidência da Petrobras, desistiu oficialmente de ocupar o cargo por meio de uma nota pública enviada ao Ministério de Minas e Energia no início da noite desta segunda-feira (4). O assunto agitou Brasília desde a manhã. O Palácio do Planalto chegou a afirmar que pasta não sabia de nada, na tentativa de contornar uma nova crise institucional na estatal. Está marcada para 13 de abril a assembleia da empresa para eleger o novo conselho. O estatuto da Petrobras exige que o CEO seja membro do conselho – não é o caso de Adriano Pires, que é consultor do setor petrolífero. A trapalhada na indicação afetou o comportamento das ações da companhia, que após queda de mais de 2% na B3 fecharam o dia com perda de 0,94%.
No documento assinado, ele confirma que “não poderia conciliar o trabalho de consultor com o exercício do cargo na estatal”. Em resposta, o ministro Bento Albuquerque, das Minas e Energia, disse compreender as razões do economista. O motivo da desistência de Pires foi o conflito de interesse apontado em um relatório técnico da Petrobras. Ele é consultor da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) e de empresas do setor petrolífero. O economista substituiria Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente Bolsonaro na semana passada (28).
O que MONEY REPORT publicou