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Como anda o xadrez discreto pela vaga no TCU

Em votação simbólica, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, nesta terça-feira (14), as indicações dos senadores Antonio Anastasia (PSD-MG) (centro), Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) (à direita) e Kátia Abreu (PP-TO) (à esquerda) à disputa de uma vaga como ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) – é a vez da câmara alta indicar um nome. Cada parlamentar discursou por 20 minutos, mas não houve sabatina. A deliberação para a escolha será feita em plenário e sem acordo, ainda nesta noite.

Bezerra Coelho e Anastasia (da esquerda à direita)

A discreta disputa acontece em meio à questões como a proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios e as emendas de relator-geral (RP9). O trio está desde julho articulando pela cadeira que o ex-ministro Raimundo Carreiro deixou em 22 de novembro para se tornar embaixador do Brasil em Portugal, após 17 anos no TCU.

Vale explicar que o TCU é uma corte que desperta o interesse do alto clero. Além de ser vitalício, um ministro tem responsabilidades que podem beneficiar ou prejudicar grupos políticos – como o parecer sobre as pedaladas que sustentaram o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016. No caso de Abreu, Anastasia e Bezerra, assumir na corte evitaria o degaste de uma campanha à reeleição em 22, já que os mandatos acabam no ano seguinte.

Quem apoia quem

A disputa também conta com padrinhos e apadrinhados que terão que provar seu valor.

  • Bezerra Coelho: ao seu lado está o senador, ex-governador e ex-ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (MDB-AM);
  • Kátia Abreu: conta com o ex-relator da CPI da Pandemia, ex-presidente do Senado, ex-ministro da Justiça, Renan Calheiros (MDB-AL);
  • Anastasia: precisa fazer de seu apadrinhado um padrinho, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) – neste caso, Pacheco precisará mostrar que está a altura do cargo que ocupa.

Problemas de campanha

Senadora Kátia Abreu
  • Questionado: Bezerra Coelho tem contra si investigações de improbidade administrativa no Tribunal de Contas de Pernambuco que podem atrapalhar. Uma deliberação do TCU já havia apontado a impossibilidade de sua candidatura;
  • Sem apoio: Abreu não conta com o apoio da líder da bancada feminina na Casa, a senadora Simone Tebet (MDB-MS), ou mesmo Rose de Freitas (MDB-ES). Ambas se comprometeram em apoiar Anastasia. Abreu acusa Bezerra Coelho de disputar para minar suas chances e catapultar as de Anastasia. Além disso, mesmo sendo do PP, ela também não deve contar com o apoio de parte da legenda, pois tem ao seu lado Calheiros, desafeto do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL);
  • Pela beirada: Anastasia corre por fora, fazendo uma campanha independente.

RP9

A corrida pelo TCU é importante, pois se entrecruza com os questionamentos da RP9 e outras manobras orçamentárias em curso no Congresso. Tanto Abreu quanto Bezerra Coelho votaram a favor do recurso na segunda-feira (29). Ter ex-parlamentares que apoiam as emendas no TCU beneficia a classe política, que poderá manter as benesses do orçamento. Anastasia se absteve da votação e não se manifestou publicamente, mas não deve ir contra os interesses de seu apadrinhado, Pacheco, que já defendeu a RP9.

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