Estudo envolvendo profissionais de 12 setores também indica a transformação digital como demanda – e necessidade
O estudo “Dores e desafios na manufatura brasileira”, mostrou que a produtividade é a principal preocupação dos industriais, sendo considerada altamente impactante por 65,52% dos entrevistados. O levantamento é da Cogtive, que desenvolve soluções baseadas em internet das coisas e inteligência artificial para indústrias, em parceria com a Leanstart, canal de produção de conteúdos para a manufatura. O levantamento tem o objetivo identificar os principais problemas enfrentados pelas indústrias.
Os processos ineficientes foram apontados como o principal obstáculo à melhora da produtividade, sendo citados por 63,8% dos entrevistados. Essa ineficiência pode ser atribuída à falta de automação e à dependência de métodos manuais para a gestão fabril.
Para o CEO da Cogtive, Reginaldo Ribeiro, o estudo agrega cientificidade a uma constatação empírica: a de que os desafios relacionados à busca por uma melhor produtividade estão entre as maiores dores da manufatura nacional.
“Talvez tenha sido o ‘insight’ mais revelador”, afirma Ribeiro. “Surpreendentemente, 100% dos entrevistados reconheceram problemas nesse quesito, sendo que 65,52% afirmaram que as dores identificadas são altamente impactantes, e 34,48% que são relevantes”. Para este último grupo, “há soluções para enfrentá-las”, afirma.
Outros desafios enfrentados pelas indústrias para atingir as metas de produção incluem:
- Tempo de setup (45%)
- Baixa performance dos equipamentos (40,2%)
- Falta de suporte e engajamento da equipe (38,2%)
- Restrições de capacidade produtiva (37%)
- Falta de recursos adequados (36,1%)
- Baixa disponibilidade dos equipamentos (34,4%)
- Dificuldade em perceber os gargalos (26,2%)
- Excesso de holding time (18%)
Acompanhamento manual
O estudo também mostrou que a maioria das indústrias (38,6%) ainda acompanha o desempenho da produção com base em relatórios manuais ou planilhas. Apenas 32,8% utilizam sistemas de monitoramento em tempo real.
“Em um momento que se fala sobre neoindustrialização, a automação da gestão das linhas de produção é condição imprescindível”, ressalta o CEO da Cogtive. “O desempenho da produção precisa ser acompanhado em tempo real, para identificar gargalos e antecipar a problemas e riscos que levem a paradas no chão de fábrica”, por exemplo.
Reginaldo Ribeiro observa que, conforme aponta a pesquisa, os industriais brasileiros demandam por soluções que resultem na transição de processos manuais para sistemas automatizados e integrados. Dos consultados, 32,76% afirmam não dispor de inovação implementadas. “A dependência de planilhas e acompanhamentos manuais não é apenas uma questão de preferência ou tradição; é um obstáculo real à inovação, eficiência e competitividade”, salienta.
A alocação de recursos como garantia da capacidade produtiva também é um desafio para muitas indústrias. A maioria (49,62%) ainda aloca recursos com base nas necessidades produtivas do mês. Apenas 41,38% utilizam um processo estruturado de alocação de recursos, levando em consideração a demanda e as capacidades.