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Americanas: um ano após o escândalo, o que esperar para 2024?

A empresa está passando por um processo de reestruturação, que inclui a aprovação de um plano de recuperação judicial

Há um ano, em 11 de janeiro de 2023, a Americanas anunciou um rombo de R$ 20 bilhões em seu balanço. A empresa entrou com pedido de recuperação judicial e, desde então, vem passando por um processo de reestruturação.

E agora, qual é o balanço da empresa após estes danos? Que lição foi aprendida? Como fica em 2024?

Qual o tamanho da empresa hoje?

De acordo com o último relatório do administrador judicial, divulgado no início de dezembro, o número total de lojas era de 1.759, correspondendo a 93,4% do período anterior ao deferimento da recuperação judicial. O número total de funcionários da Americanas era de 33.861, ante 43,2 mil em janeiro de 2023, mas a empresa diz que a redução líquida é de 5 mil empregados ao excluir os efeitos típicos sazonais do varejo, que contrata funcionários temporários no fim do ano.

Quais os próximos passos após a aprovação do plano de recuperação judicial?

No último dia de 2023, a Americanas conseguiu a aprovação de seu plano de recuperação judicial. Com isso, a empresa receberá uma capitalização de R$ 24 bilhões, sendo R$ 12 bilhões aportados pelos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e outros R$ 12 bilhões resultantes da conversão de dívidas em capital próprio por parte dos credores financeiros.

A emissão das novas ações será feita pelo valor de R$ 1,30, considerando a aprovação do plano ontem. Para cada três ações emitidas, será oferecido um bônus de subscrição.

Além disso, o plano da Americanas prevê a possibilidade de venda das operações de varejo digital e da Ame.

Ações da Americanas

As ações da Americanas (AMER3) despencaram após o anúncio do escândalo contábil. No último fechamento, valem menos de R$ 0,84.

Com a aprovação do plano de recuperação judicial, é esperado que as ações da Americanas comecem a apresentar alguma retomada. No entanto, essa retomada deve ser tímida e estabilizar-se ao longo de 2024.

Quais as lições que o mercado teve após esse acontecimento?

“Todo escândalo que gere uma certa fragilidade no mercado tende a chamar a atenção e acende um sinal vermelho quanto a possíveis mudanças em torno de afugentar ou prevenir novos problemas. Certamente, se não ocorrerem alterações ou mudanças nos termos de regulação ou governança a partir desse evento, os investidores e o mercado como um todo deverão ficar mais atentos a esse ponto durante as análises das empresas”, avalia Sandra Peres, diretora de relações com empresas da APIMEC Brasil.

Para Thiago Figueiredo, gestor e diretor de investimentos da Intrabank, no caso da Americanas, houve uma melhora por parte de auditores e analistas de mercado na análise das operações de crédito entre empresas e fornecedores. “A operação sacado sempre existiu, mas graças um evento destas proporções, o mercado hoje está mais preparado para analisar o impacto desta operação dentro dos balanços das empresas”, avalia. Breno Miranda, presidente do Instituto Brasileiro da Insolvência, vê que as empresas de auditoria passarão a ser mais rigorosas na verificação dos dados e informações das empresas, com um filtro das auditorias de maior confiabilidade.

O que esperar para 2024?

A aprovação do plano de recuperação judicial em Assembleia Geral de Credores (ACG) no último mês de dezembro é um passo importante para a Americanas. Com isso, a empresa deve conseguir acessar recursos para pagar suas dívidas e retomar o crescimento.

No entanto, ainda há muitos desafios pela frente. A Americanas precisa reestruturar suas operações, reduzir custos e melhorar sua governança corporativa. Além disso, precisa reconquistar a confiança dos investidores e dos consumidores.

A Americanas neste ano de 2024 deverá fechar mais lojas. Em 2023 fechou 121. A rede tem pouco mais de 1.700 pontos de venda.


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