Pelo estudo, a inflação do país no acumulado do ano é menor do que em países mais desenvolvidos
Com um acumulado de 4,1%, de janeiro a setembro deste ano, o Brasil apresenta a quarta menor inflação entre os países que integram o G20. O resultado mostra avanço de duas posições no ranking quando comparado ao acumulado até o mês de agosto, quando a inflação chegava a 4,4%. O percentual até setembro só fica acima do registrado pelo Japão (2,8%), da Arábia Saudita (2,7%) e da China (1,9%). A maior inflação do G20 é da Argentina, que ultrapassou os 66% no acumulado de janeiro a setembro. O levantamento é da Austin Rating, entidade especializada em classificação de risco de crédito.
O Brasil registrou deflação –queda de preços– por 3 meses seguidos, o que ajudou a segurar a alta do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país. Em julho, a taxa no acumulado do ano era de 5,49%. Recuou para 4,1% depois da sequência de resultados negativos..
Pelo estudo, a inflação no Brasil no acumulado do ano é menor do que em países mais desenvolvidos, como Alemanha (9%), União Europeia (8,5%), Reino Unido (7,6%), Estados Unidos (5,8%) e França (4,5%). Dos países da Zona do Euro, a França tem a menor taxa. A inflação da região superou 10% pela primeira vez na história em setembro.
No acumulado dos últimos doze meses, o Brasil aparece com a 9ª menor inflação entre os 23 países e União Europeia, com 7,2%, ainda abaixo de países como Estados Unidos (8,2%), Reino Unido (10%), Alemanha (10%), União Europeia (10,1%) e Rússia (13,7%). Porém, acima do Canadá (6,8%), Austrália (6,2%), Indonésia (6%), França (5,6%), Coreia do Sul (5,6%), Japão (3,2%), Arábia Saudita (3,1%) e China (2,8%) no acumulado de setembro de 2021 a setembro de 2022. A Venezuela tem a maior inflação acumulada (114,1%), seguida da Turquia (83,5%) e da Argentina (82,9%).
Na América Latina, Brasil tem 2ª menor inflação
Entre os países mais relevantes da América Latina, o Brasil apresenta a segunda menor inflação no acumulado de janeiro a setembro deste ano, ficando atrás apenas da Bolívia, que teve uma taxa de 1,8% no período, segundo a Austin Rating. No estudo, a Argentina aparece em pior situação (66,1%), superando a Venezuela, que tem taxa de 60,4% no acumulado até agosto, já que ainda não divulgou o resultado de setembro.
De acordo com relatório mensal da XP Investimentos, a inflação nos países da América Latina se aproxima do pico, porém, com pressões persistentes, o processo de desinflação deve ser lento na região, iniciando nesse quarto trimestre do ano. O relatório destaca que os juros nos países da região se aproximam do nível necessário para garantir a convergência da inflação à meta. Entre este ano e o próximo, a corretora estima arrefecimento do índice de preços no Brasil (5,6% para 5,2%), México (8,3% para 5,3%), Colômbia (12,0% para 6,5%) e Chile (12,5% para 5,6%).
O documento aponta ainda que as variações mensais continuam rodando consideravelmente acima da tendência histórica, refletindo pressões contínuas vindo dos preços elevados das commodities, gargalos nas cadeias de produção e demanda agregada ainda elevada.