O Ibovespa fechou em baixa de 1,77% nesta quinta-feira (9), aos 108.008 pontos. O dólar subiu 1,58%, cotado a R$ 5,27 no encerramento. A sessão foi influenciada por temores do mercado por maior influência do governo no Banco Central (BC), após sinalizações sobre uma potencial mudança na meta de inflação. Em meio a essa sensação de desamparo de investidores, o apetite ao risco no Brasil deu um salto, na contramão dos demais mercados emergentes. A meta para este ano está fixada em 3,25% e será, em tese, de 3% em 2024 e 2025. Sempre com tolerância de 1,5 ponto para baixo ou para cima. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem defendido a alteração da meta para perto de 4,5% ao ano, nível do que passou a ser descer paulatinamente desde 2019. A ideia é que, assim, menos juros sejam praticados, abrindo espaço para o crescimento. Neste cenário, Lula tem passado o recibo de que não está disposto a colocar a casa fiscal em ordem, o que tenderia a reduzir a Selic. Como reação, dólares podem sair do país, ficando mais caros em reais. A inflação, assim, periga alcançar degraus ainda mais altos que o da nova meta pretendida.
As maiores altas foram do Grupo Pão de Açúcar (1,49%) e Grupo Natura (1,46%). As baixas, preferenciais da Azul (-11,85%) e Grupo Soma (-8,81%). Todas as cinco ações mais negociadas apresentaram retração: Vale (-0,37%), preferenciais da Petrobras (-0,46%), preferenciais do Itaú Unibanco (-2,48%), preferenciais da Gerdau (-7,93%) e preferenciais do Bradesco (-2,54%). O volume negociado foi de R$ 23,79 bilhões.