O senador Chico Rodrigues (DEM-RR) pediu nesta terça-feira (20) afastamento do mandato por 90 dias. Horas depois, mudou de ideia e ampliou o pedido para 121 dias. Assim, seu filho e primeiro suplente, Pedro Arthur Ferreira Rodrigues (DEM-RR), poderá assumir a vaga até seu eventual retorno. Um suplente só pode assumir quando o afastamento do titular é superior a 120 dias. Em nota, a defesa do parlamentar apontou que a licença será “sem recebimento de salários”. Na última semana, Rodrigues foi flagrado em uma operação da Polícia Federal com R$ 33 mil escondidos na cueca.
A ação mirava desvios de recursos públicos para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus em Roraima. O político afirmou que o dinheiro não tinha origem ilícita e seria usado para o pagamento de funcionários da empresa da família. Por causa do episódio, ele foi pressionado a deixar a vice-liderança do governo no Senado e também o Conselho de Ética da Casa. Não que a entrada do filho no Senado torne a situação da família de políticos mais tranquila. Pedro Arthur é sócio de uma empresa investigada por suspeita de fraude e corrupção em contratos públicos.
Com o afastamento, o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (20) suspender sua decisão que determinava que o afastamento do senador Rodrigues. Com a decisão de Barroso, o plenário do STF não vai mais precisar julgar o caso na quarta-feira (21) nem o Senado precisará decidir se manteria ou não o afastamento.
No entendimento do ministro Barroso, que é relator do caso, o afastamento resolveu o assunto. “A licença requerida pelo senador e deferida pelo presidente do Senado produz os efeitos da decisão por mim proferida no que se refere ao seu afastamento temporário do mandato parlamentar, já que, licenciado, o investigado não poderá se valer do cargo para dificultar as apurações e continuar a cometer eventuais delitos”, afirmou.