A Operação Lava Jato começou com uma simples investigação de crimes de lavagem de dinheiro e logo revelou um gigantesco esquema envolvendo políticos de praticamente todo os partidos e algumas das maiores empresas do país. A entrevista do ex-diretor-geral da Polícia Federal Leandro Daiello, publicada nesta segunda-feira (18) no jornal O Estado de S. Paulo, traz uma dimensão do tamanho da corrupção no Brasil. Daiello afirmou que as ações da PF não vão parar e que, com o que já foi apreendido até aqui, “há material para mais cinco anos de operações”. “Esse negócio não vai parar. O que tinha de papel e dados digitais na polícia quando eu saí era suficiente para quatro ou cinco anos de operações. Não tem outro jeito. Você vai na empresa e acha uma sala inteirinha com papéis, aí começa a cruzar e vem a operação. Quando eu saí tínhamos um projeto de modernização e informatização para novos focos. O sistema Atlas tem uma capacidade de processamento absurda. O que um policial demorava sete, oito dias para fazer ele faz em um minuto. Demora mais para imprimir do que para processar”, disse o chefe da PF.