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Eleição presidencial pode caminhar para giro de 360 graus

O início da articulação política para a eleição presidencial deste ano mostrou que a polarização entre PT e PSDB estava ameaçada pela primeira vez desde 1994. Os dois partidos corriam o risco de ficar de fora do segundo turno, mas os últimos movimentos indicam um possível giro de 360 graus no cenário eleitoral. Analistas já apontam para a possibilidade de petistas e tucanos se enfrentarem no segundo turno. Ou seja, a política brasileira, apesar de toda a agitação dos últimos meses, parece voltar para o mesmo lugar – o velho embate entre PT e PSDB.

A série de escândalos de corrupção apurados pela Operação Lava Jato despertou na população um desejo de renovação. O descontentamento com a classe política abriu caminho para outsiders na corrida pelo Palácio do Planalto, como o apresentador Luciano Huck e o ex-presidente do STF Joaquim Barbosa. Vendo que teriam que se adaptar à realidade dos caciques partidários e que não seria simples fazer qualquer mudança no sistema, ambos logo desistiram.

O protagonismo precoce de Jair Bolsonaro (PSL) atraiu eleitores mais conservadores e ligou um sinal de alerta na campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), já que os tucanos detinham essa fatia nos pleitos anteriores. A prisão e a inelegibilidade do ex-presidente Lula (PT) abriu uma avenida no campo da esquerda para ascensão de uma nova liderança de um outro partido. A provável saída de cena de PT e PSDB ficou mais nítida com a divulgação das pesquisas, com Bolsonaro na liderança e a briga entre Marina Silva (Rede) e Ciro Gomes (PDT) por uma vaga no segundo turno.

No entanto, a menos de um mês do início oficial da campanha, as negociações em torno de alianças apresentam um novo panorama. Bolsonaro enfrenta dificuldades para encontrar um vice e não deve ter uma coligação forte, ficando com apenas 8 segundos de tempo na TV. Marina parece não fazer questão de buscar alianças e terá espaço mínimo na propaganda eleitoral para apresentar suas ideias. Ciro flerta com o centro e a esquerda e deve ficar sem o apoio de nenhum dos dois.

Na sua tradicional estratégia de jogar parado, esperando o desenrolar dos fatos, Alckmin tem construído uma base de apoio forte na reta final. O acordo com o bloco formado por DEM, PP, PR, Solidariedade e PRB, além do apoio de PSD e PTB, deve garantir ao tucano o maior tempo na TV e ampliar o número de palanques nos estados. Ainda que esteja abaixo dos 10% nas pesquisas, a composição partidária coloca o ex-governador de São Paulo em um novo patamar e de volta na disputa.

Já o PT sabe que não vai ser possível sustentar a candidatura de Lula até o final. Mas vai aproveitar toda oportunidade para criar fatos políticos e manter o nome do ex-presidente em evidência até que o registro dele seja rejeitado definitivamente pelo TSE. Mesmo sem Lula, especialistas apontam que o substituto indicado por ele – seja Fernando Haddad ou Jaques Wagner – pode largar na disputa já com 12% das intenções de voto. Em um cenário fragmentado, com várias candidaturas e a perspectiva de um elevado índice de abstenções nas eleições, o candidato petista pode ter chance de ir para o segundo turno.

A perda de fôlego dos demais postulantes coloca PT e PSDB de volta no páreo. Os próximos passos vão mostrar se, após todas as situações, a disputa presidencial voltará para a polarização entre os dois partidos.

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