Ao longo da semana os advogados do ex-presidente tentaram por três vezes adiar o depoimento, mas não conseguiram
Em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro permaneceu em silêncio, conforme indicado pela sua defesa. O advogado Paulo Cunha declarou que o depoimento durou cerca de 15 minutos, durante os quais Bolsonaro optou por não responder às perguntas dos investigadores.
A estratégia já havia sido antecipada pela defesa de Bolsonaro. Ao longo da semana, os advogados do ex-presidente tentaram por três vezes adiar o depoimento – mas em todos os casos tiveram o pedido rejeitado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
“O presidente já saiu, fez o uso do silêncio conforme a defesa antecipou”, afirmou o advogado Paulo Cunha, ressaltando que a defesa não teve acesso a todos os elementos da investigação, incluindo a delação do tenente-coronel do Exército Mauro Cid.
Bolsonaro foi à sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos no contexto de uma investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Além dele, outras 22 pessoas, incluindo ex-ministros e militares, foram intimadas para depor no mesmo dia.
Paulo Cunha enfatizou que o ex-presidente não cometeu nenhum delito e reiterou que Bolsonaro “não teme nada porque não fez nada”, acrescentando que ele nunca foi “simpático” a movimentos golpistas.
Em nota, a defesa de Bolsonaro reafirmou a disposição do ex-presidente em prestar depoimento assim que for garantido o acesso solicitado. Também ressaltou que Bolsonaro sempre compareceu perante a autoridade policial quando intimado.
Além de Bolsonaro, estiveram na sede da PF os ex-ministros Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.
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