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Quem é suspeito do que na tentativa de golpe

Ajudante de ordens Mauro Cid e hacker Mauro Delgatti forneceram as delações que abriram as portas para as prisões e buscas da PF. Leia a petição

Alguém em algum momento teria que ceder diante do risco de perder tudo e passar uma temporada em um presídio federal. As pressões das autoridades e a falta de apoio levaram o tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, a fornecer informações cruciais sobre as tratativas frustradas do golpe tentado em 8 de janeiro de 2023. Com sua carreira militar destruída, Cid contou o que sabia e revelou as trocas de mensagens em seus celulares com altos oficiais, puxando um novelo comprometedor entre parte da cúpula das Forças Armadas. Junto com ele esteve o hacker Walter Delgatti, condenado a 20 anos. Ele diz que esteve no Palácio do Planalto e no Ministério da Defesa para ajudar na tentativas de invasão das urnas.

O detalhe crucial que deve ser considerado é que a cúpulas militares não entraram na intentona bolsonarista. Entre o Alto Comando do Exército, 12 dos 16 generais mais graduados desembarcaram da aventura e se mantiveram na legalidade.


Os participantes da trama

  • Valdemar Costa Neto, presidente do PL – Uso da estrutura do partido para questionar as urnas eletrônicas.
  • Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do GSI – Foi gravado sugerindo à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a infiltração de agentes nas campanhas eleitorais. Defendeu que órgão do governo assegurassem a permanência de Bolsonaro no poder antes das eleições. “Acho que coisas terão que ser feitas antes das eleições” e “Contra determinadas pessoas”, afirmou, de acordo a denúncia.
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça – Foi um dos autores da minuta do golpe e defendeu abertamente um golpe.
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa de Bolsonaro, foi candidato a vice-presidente em 2022 – Sabia de tudo, participou de reuniões sobre as possibilidades e organização do golpe e pressionou oficiais da ativa que não aderiram. Em mensagem de celular, escreveu: “Senta o pau”. Atacou e pressionou o comandante do Exército, general Freire Gomes, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Batista Júnior.
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa – Defendeu o golpe e afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral deveria ser tratado como “inimigo”.

Ex-assessores de Bolsonaro foram presos

  • Marcelo Câmara, militar da reserva e ex-ajudante de ordens (detido) – Trabalhava com o tenente-coronel Mauro Cid e foi responsável pelo monitoramento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para prendê-lo durante o golpe.
  • Filipe Martins, ex-assessor internacional do governo Bolsonaro (foi preso em Ponta Grossa, no Paraná) – Discutiu a minuta do golpe com Mauro Cid e entregou a Bolsonaro um documento com críticas às interferências do Judiciário junto ao Executivo. Integrava o núcleo “jurídico”.
  • Tercio Arnoud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro, conhecido como um dos pilares do chamado “gabinete do ódio”. Participou das conversas sobre golpe e disseminava as fakes news.
  • Ailton Barros, coronel reformado do Exército – Amigo de Bolsonaro, pediu recursos a Mauro Cid para desencadear o golpe.  

Militares da gestão Bolsonaro envolvidos

  • Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, general ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército – Hoje na reserva, vivendo em Fortaleza (CE), esteve no Palácio do Planalto com Bolsonaro consentindo com o golpe, apontam conversas extraída do celular de Mauro Cid. Ele comandaria a prisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
  • Almir Garnier Santos, almirante ex-comandante da Marinha – Concordou com Bolsonaro quando da consulta ao comando sobre a anulação forçada do resultado das eleições.
  • Bernardo Romão Correa Neto, coronel do Exército (preso na madrugada de domingo, 11), em 2002 era assistente do Comando Militar do Sul – Intermediou uma reunião em 28 de novembro de 2022 com oficiais do Curso de Forças Especiais, apelidados de “kids pretos” por causa das pinturas de combate. Está nos Estados Unidos fazendo um curso de dois anos. Será mantido detido na sede da Guarda Presidencial.
  • Rafael Martins de Oliveira, major das forças especiais do Exército (mandato de prisão) – Participou das tratativas e seria um dos operadores militares do golpe. A PGR o considera: “Interlocutor de Mauro Cid na coordenação de estratégias adotadas pelos investigados para a execução do golpe de Estado e para obtenção de formas de financiar as operações do grupo criminoso.”
  • Guilherme Marques de Almeida, tenente-coronel (detido) atual comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas do Exército, em Goiânia (GO) – Atuaria na mobilização das forças especiais sediadas em Goiás que agiriam na tomada do poder.


    Outros militares
  • General Mário Fernandes, chefe-substituto da Secretaria-Geral da Presidência – Tentou influenciar colegas de farda a aderir ao golpe e citou uma “segunda alternativa” e as consequências do possível uso de força;
  • General de brigada reformado Laércio Vergílio – Também influenciaria colegas de farda a aderir ao golpe;
  • Major da reserva Ângelo Martins Denicoli – Disseminou informações falas sobre as urnas e o processo eleitoral;
  • Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima – Disseminou informações falas sobre as urnas e o processo eleitoral e tentou manter os acampamentos diante dos quartéis;
  • Tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros – Disseminou informações falas sobre as urnas e o processo eleitoral e tentou manter os acampamentos diante dos quartéis.

    Civis
  • Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, amigos dos Bolsonaro, blogueiro e comentarista da Jovem Pan, é neto do ditador-presidente João Batista de Oliveira Figueiredo (1979-1985). Ele teria informações dadas pelos militares envolvidos no plano de golpe, chegando a divulgar os nomes dos Comandantes Regionais do Exército que ainda estariam indecisos em aderir ao plano golpista.
  • José Eduardo de Oliveira e Silva, padre católico de Osasco (SP), de acordo com a PGR, fez “assessoramento e elaboração de minutas de decretos com fundamentação jurídica e doutrinária que atendessem aos interesses golpistas do grupo investigado”.
  • Amauri Feres Saad, do núcleo jurídico


A ação da PF foi um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Confira a petição do ministro:


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