O presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira (10), em sua live semanal, que autorizou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, a apurar a alta de preços de alimentos da cesta básica nos supermercados. Bolsonaro disse que a decisão foi tomada depois de ter sido consultado pelo ministro André Mendonça, que comanda a pasta. “André Mendonça falou comigo: ‘posso botar a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor para investigar, perguntar para supermercados por que o preço subiu?’ Eu falei ‘pode’. E ponto final. Porque, ao chegar a resposta, pode ser que o errado somos nós. Pode ser o governo, daí o governo toma providência e ponto final”, comentou. O presidente, no entanto, descartou mais uma vez tabelar o preço dos produtos, como o arroz. “Ninguém quer tabelar nada, ninguém quer interferir em nada, isso não existe. A gente sabe que uma vez interferindo, tabelando, isso desaparece da prateleira e a mercadoria aparece no mercado negro muito mais caro, já tivemos experiência disso no Brasil”, acrescentou. Bolsonaro justificou a alta como um reflexo do auxílio emergencial e também da valorização do dólar. Ele ainda mencionou uma conversa com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o que fazer para conter o avanço da moeda norte-americana. “Com o auxílio emergencial, o pessoal comeu, começou a consumir um pouco mais, um pouquinho mais, mas um pouquinho perto de milhões de pessoas, realmente, ajudou a desaparecer um pouco esta mercadoria das prateleiras”, disse. “O dólar está alto, facilita as exportações também. Tenho conversado sempre com os ministros, presidente do Banco Central, (sobre) o que a gente pode fazer para o dólar aí não subir tanto, o que o governo pode fazer legalmente, obedecendo as regras do mercado”, completou.