Segundo a ex-deputada, parlamentar preso pela PF suspeito de mandar assassinar Marielle tinha “fama de matador”
Ex-colega de Domingos Brazão na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a ex-deputada estadual Cidinha Campos revelou ao jornalista Guilherme Amado, do Portal Metrópoles, que era constantemente ameaçada de morte por ele, que foi preso neste domingo (24) sob suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco, em março de 2018.
Em entrevista à coluna, Cidinha detalhou as origens da rixa e das ameaças. Segundo ela, Brazão passou a ameaçá-la em meio à tramitação de um projeto de lei ao qual ela propôs uma emenda para afastar do mandato deputados que fossem processados por casos de corrupção em mandatos anteriores. A ex-deputada teve cinco mandatos na Alerj.
“Ele era muito agressivo, fingia ser bom moço”, afirmou Cidinha, que passou a investigar Brazão. “Fui fazendo um histórico desse homem, que já devia estar na cadeia há muito tempo. Ele é um bandido perigoso e nunca ninguém ligou para isso. Ele passava por mim e dizia ‘eu vou te matar, sua filha da puta’. Era um prazer dele ameaçar pessoas. Eu chegava e contava, eu dizia, as pessoas têm dificuldade de acreditar. Acreditar dá trabalho”, revelou.
Segundo a ex-deputada, mesmo diante de ameaças e xingamentos feitos abertamente, que ela denunciou no plenário da Alerj, outros deputados e as autoridades não tomavam medidas contra Domingos Brazão.
“Ele era muito apadrinhado na Alerj, muito protegido, ficou por isso mesmo, tudo que eu falei dele ficou por isso mesmo, até que ele matou a Marielle. Todo mundo tinha medo do Brazão. Sabiam e ninguém fazia nada. A história era pública, todo mundo comentava que ele era matador, ninguém tinha coragem de fazer nada”, completou.
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