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O CEO Improvável: Stephen King

O que um escritor está fazendo numa série como esta, a de CEOs Improváveis? E ainda por cima alguém que fez sua carreira escrevendo, na maioria das vezes, enredos em gêneros considerados mundanos como terror e ficção científica? Vamos, então, aos fatos. Estamos falando de alguém que lançou 65 livros em sua carreira de 45 anos. É uma produção que beira a marca de um livro e meio a cada 12 meses (quem já escreveu um romance entende a complexidade desta tarefa), com um resultado notável: cerca de 400 milhões de cópias vendidas no mundo inteiro. Um sucesso constante e consistente. Estas são as credenciais de Stephen King, talvez o autor mais bem-sucedido do planeta.

Sua disciplina para escrever é admirável. Trabalha com um foco e um afinco tão marcantes que, durante um certo tempo, comentava-se que ele encomendava obras de outros autores para lançá-las com seu nome, algo que se provou com o tempo ser pura fantasia dos invejosos. Com tantas ideias originais e histórias surpreendentes, tornou-se uma referência em Hollywood. São adaptações de seus livros filmes como “Carrie, a Estranha”, “O Iluminado”, “Christine”, “Cemitério Maldito”, “Conta Comigo”, “Um Sonho de Liberdade” e “It – A Coisa”.

Filho de um casal separado, numa família que viveu inúmeras dificuldades financeiras, King casou-se cedo e se virava em várias atividades braçais para sustentar sua família. Neste início de casamento, apesar de trabalhar muito, encontrava tempo para escrever o esboço do que seria “Carrie, a Estranha”, lançado em 1974. Exausto e frustrado com o resultado de seu texto, numa determinada manhã, jogou os originais no lixo e foi resignado bater ponto em seu emprego de faxineiro. Quando voltou para casa, sua mulher o estava esperando. Ela havia lido todo o manuscrito e o incentivou a retomar a obra.

Pouco tempo depois, conseguiu vender “Carrie” para um editor local, que lhe deu US$ 2 500 de adiantamento. Um valor baixo na época até para um escritor iniciante. Mas para ele, contudo, era uma verdadeira fortuna. O livro foi distribuído por uma editora nacional e King quase caiu para trás quando recebeu seu primeiro cheque de direitos autorais: US$ 200 000.

Pressionado pelo sucesso de Carrie, começou a beber desenfreadamente e tornou-se alcoólatra. Ele mesmo diz que boa parte do personagem de “O Iluminado” – um escritor beberrão – é baseada nele mesmo.

King curou-se do alcoolismo e engrenou numa produção vertiginosa. Teve altos e baixos, mas é inegável seu talento de segurar o leitor numa narrativa que foge da previsibilidade. Tenho admiração por vários livros dele. Mas um em especial me atrai, lançado em 2011. Trata-se de “Novembro de 63”. A premissa é criativa: nos dias de hoje, o personagem principal descobre que um amigo, dono de uma lanchonete, possui um portal, no porão de seu estabelecimento, para o ano de 1963. Este comerciante passa boa parte de seus últimos anos tentando impedir que John Kennedy seja assassinado em novembro daquele ano (daí o título do livro). Mas ele nada consegue e fica velho. Antes de morrer, passa a lanchonete ao personagem e o convence de abraçar a missão de salvar Kennedy. A obra, então, mostra o dia a dia de Dallas, 56 anos atrás, e desvenda quem era Lee Harvey Oswald. Um trabalho estupendo de criatividade e pesquisa histórica combinados num tipo de livro que os americanos chamam de “page-turner”.

Por esta mente prodigiosa e capacidade incansável de produção, Stephen King é o CEO Improvável de Money Report nessa semana.

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