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‘Vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira’, diz Bolsonaro em reunião

Vídeo mostra falas do ex-presidente a ministros em reunião investigada pela PF por tentativa de golpe de Estado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi capturado em um vídeo apreendido pela Polícia Federal (PF), no qual instava ministros a agir antes das eleições para evitar que o Brasil caísse em uma “grande guerrilha”. A gravação pertence a uma reunião da alta cúpula do governo realizada em 5 de julho de 2022.

O vídeo veio à tona através da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo. Esta gravação serviu como evidência para embasar a operação da PF contra militares e ex-ministros suspeitos de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

Encontrado no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o vídeo contribuiu para um acordo de delação premiada firmado com a Polícia Federal, já homologado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“O nosso Supremo aqui é um poder à parte. É um super-supremo, ele decide tudo. Muitas vezes fora das quatro linhas. Não dá para gente ganhar o jogo com o pessoal atirando tijolo da arquibancada em cima dos jogadores nossos, com juízes que toda hora dá impedimento… É difícil a gente ganhar o jogo assim”, disse.

Na reunião, segundo a PF, o então presidente instruiu a disseminação de informações fraudulentas para tentar alterar o curso da disputa eleitoral, expressando preocupação com a possível vitória da esquerda. Vale ressaltar que as supostas fraudes eleitorais alegadas por Bolsonaro ao longo de seu mandato nunca foram comprovadas, e a integridade do processo eleitoral foi reiteradamente afirmada por autoridades nacionais e internacionais.

Além disso, Bolsonaro sugeriu que os presentes colaborassem na redação de um documento questionando a lisura das eleições, envolvendo entidades externas como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Em uma parte anteriormente divulgada, Bolsonaro previu a vitória de Lula nas eleições e criticou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por envolver as Forças Armadas na Comissão de Transparência das Eleições, afirmando que isso seria um erro.

Bolsonaro também convoca ministros para agirem nas eleições.

O vídeo, que é parte de uma reunião que ocupou mais de 10 páginas na decisão do ministro Alexandre de Moraes, resultou na operação Tempus Veritatus, com 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva.

Outros trechos mostram ainda o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, sugerindo ações antes das eleições para garantir a reeleição de Bolsonaro, como “virar a mesa” se necessário.

Até o momento, apenas vídeos das falas de Jair Bolsonaro vieram à tona, mas a participação de outros convidados na reunião é descrita no relatório da PF, sem imagens divulgadas. A investigação apontou que membros presentes no encontro colaboraram na disseminação de desinformação contra a Justiça Eleitoral.

A operação Tempus Veritatus, autorizada por Alexandre de Moraes, também teve como alvos nomes próximos ao ex-presidente, como Braga Netto e Augusto Heleno, além do ex-assessor especial Filipe Martins e outros, sob acusação de integrar um núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral.

Confira a íntegra da reunião:


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