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Quanto seu estilo de vida custa à natureza?

As indústrias de carne e laticínios contribuem seriamente para o aquecimento global, respondendo por cerca de 14,5% das emissões de efeito estufa

As emissões de gases de efeito estufa em 2022 provavelmente serão maiores do que as registradas antes, tornando as metas para limitar o aquecimento global até 2030 mais difíceis de alcançar. Contudo, de acordo com espcialistas ouvidos pelo Financial Times, existem maneiras de contribuir, através de escolhas de estilo de vida e ações para reduzir sua pegada de carbono. Aqui, estão os custos e economias dessas decisões. Há distorçõs em relação ao Brasil, por causa da fonte energética em grande parte hidrelétrica adotada por aqui. Mas a lógica é a mesma.

Acompanhe o boletim MR ESG

Comer carne x veganismo
Meat eating vs veganism

Uma abordagem mais flexível na alimentação, como comer mais peixe e reduzir o consumo de carne bovina, pode reduzir a pegada de carbono de sua dieta.

As indústrias de carne e laticínios contribuem seriamente para o aquecimento global, respondendo por cerca de 14,5% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O gado é a principal fonte da pesada pegada de carbono da indústria. As vacas expelem metano, que tem 80 vezes mais poder de aquecimento como gás de efeito estufa do que o dióxido de carbono.

Eles também convertem material vegetal em proteína com relativa ineficiência. Para cada 100g de proteína proveniente de carne bovina, 50kg de CO2 equivalente são liberados ao longo de seu ciclo de vida de produção, de acordo com pesquisadores da Universidade de Oxford e do LCA Research Group. Isso é quase nove vezes mais do que o liberado pelas aves. Ainda que existam maneiras racionais de aproveitar parte dessas emissões.

Fast fashion x comprar menos

Estima-se que a indústria global da moda seja responsável por até 10% das emissões de carbono, cinco vezes mais do que toda a indústria da aviação. Ao escolher roupas, os materiais e a fabricação são importantes. Uma camisa de poliéster, por exemplo, vem com um custo de carbono de 5,5 kg, cerca de um quarto a mais do que uma camisa de algodão. Mas o custo ambiental do algodão ainda é alto. São necessários cerca de 2,7 mil litros de água e grandes quantidades de agrotóxicos para cada camisa ou camiseta. Todavia, o poliéster produzido localmente pode reduzir as emissões de transporte, principalmente diesel, já qu a produção de algodão ocorre principalmente na Índia e na China.

As maiores reduções de carbono precisam vir da própria indústria da moda, com os fabricantes mudando para técnicas de cultivo de algodão mais ambientalmente sustentáveis. A reciclagem também terá que ser mais priorizada, já que quase 90% do que a indústria cria vai para aterros sanitários ou é incinerado.

Gasolina x carros elétricos

Em dezembro do ano passado, mais carros elétricos do que modelos a diesel foram vendidos na Europa – pela primeira vez. E, ao longo de 2022, as vendas globais de carros elétricos devem ultrapassar 6 milhões, segundo a consultoria Gartner.

Os veículos elétricos (VEs) são mais limpos do que os seus homólogos tradicionais. Considere as emissões de CO2 do ciclo de vida de carros totalmente elétricos produzidos em 2020, supondo que eles sejam conduzidos por 250 mil quilômetros: no Reino Unido, EUA e Alemanha, esses veículos oferecem grandes reduções de emissões de 76%, 60% e 49%, respectivamente, em comparação com carros a gasolina, com base na mistura típica de fontes de energia na rede elétrica.

Mas o quão limpo é o funcionamento do seu carro elétrico, na realidade, dependerá de quão limpa é a energia que o alimenta. A China é o maior mercado mundial de carros elétricos, com quase 3 milhões vendidos no ano passado. No entanto, é fortemente dependente da energia do carvão, o que significa que uma redução muito menor nas emissões para o uso de VE ocorre no país, em menos de um quinto.

A eletricidade mais limpa acabará por permitir veículos totalmente elétricos mais limpos, com a economia de carbono da bateria versus carros movidos a gasolina aumentando à medida que as redes elétricas se tornam mais verdes.

Bitcoin x Ethereum
Chart showing Bitcoin price and energy consumption

A alegação da Tesla de estar trabalhando em direção a um futuro de zero emissões sofreu um golpe em 2021, quando a empresa de carros elétricos optou por investir US$ 1,5 bilhão em bitcoin.

A maioria das criptomoedas, incluindo bitcoin, são criadas através de “mineração”, que requer processadores de computador com uso intensivo de energia. Investidores privados em criptomoedas estão, portanto, financiando as mudanças climáticas da mesma forma como se estivessem comprando ações de grandes petrolíferas.

Os custos ambientais aumentam em sintonia com os preços do bitcoin, que quase dobraram desde o início do ano. Quanto maior o preço, maior a demanda por mineração para liberar novas moedas em circulação. Quanto mais moedas forem extraídas, mais complexo será o algoritmo de prova de trabalho necessário para adicionar blocos ao blockchain do bitcoin. Isso, por sua vez, requer mais poder de processamento e eletricidade.

A pegada de carbono anual do Bitcoin é agora de 114 milhões de toneladas de dióxido de carbono, equivalente à pegada de carbono de toda a República Tcheca. Uma única transação de bitcoin tem a mesma pegada de carbono que 2,8 milhões de usos de um cartão de crédito ou débito.

Planos foram anunciados para tornar a blockchain da criptomoeda rival Ethereum mais verde este ano. Um novo protocolo subjacente, conhecido como prova de participação, usará 99,9% menos energia, afirma-se.

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