Depois de um ano de retração por causa da pandemia, a construção civil deverá ter, em 2021, o maior crescimento para o setor em oito anos. Segundo projeções divulgadas nesta quinta-feira (17) pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), o produto interno bruto (PIB) do segmento deve avançar 4% no próximo ano, depois do recuo de 2,8% em 2020. Caso a estimativa se confirme, essa será a maior expansão para o setor desde 2013, quando avançou 4,5%. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) apontou que o PIB brasileiro de 2021 crescerá 3,2%.
O presidente da Cbic, José Carlos Martins, classificou de “otimista conservadora” a postura da entidade. A expansão ocorrerá sobre uma base de comparação fraca, com o nível de atividade da construção civil nos níveis observados no início de 2007. Além disso, o encarecimento de matérias primas e o desabastecimento de alguns insumos podem prejudicar a recuperação do setor, avalia.
Martins ressaltou que o custo de materiais e equipamentos dentro do Índice Nacional da Construção Civil (INCC), índice que mede a inflação no setor, registrou alta de 17,72% de janeiro a novembro. Esse foi o maior encarecimento desde o Plano Real. Os preços dos insumos, segundo Martins, começaram a disparar no fim do primeiro semestre. De janeiro a maio, os custos subiram 2,75%, mas acumularam alta de 14,58% de junho a novembro.
O presidente da Cbic apontou que a pressão de insumos como cimento, cabos de aço e tubos de PVC sobre a construção civil impacta os novos contratos, podendo resultar em obras mais caras e atrasos no cronograma. “Aí entra com todos desajustes, busca de reequilíbrio, que são custosos, novos prazos atrasam cronograma”, advertiu.
(Com Agência Brasil)