Certames previstos para 2025 impulsionariam investimentos em geração, transmissão e armazenamento, com destaque para novas tecnologias e reequilíbrios contratuais
Os leilões de energia elétrica previstos para 2025 devem movimentar entre R$ 47 bilhões e R$ 57 bilhões em investimentos no Brasil, segundo levantamento feito pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), a pedido do Valor Econômico.
O montante inclui aportes de R$ 45 bilhões a R$ 50 bilhões em geração e mais R$ 7,6 bilhões em transmissão de energia. As grandes companhias do setor já se articulam para garantir participação nas disputas. Entre as empresas confirmadas, estão Eneva, Petrobras, Âmbar (do grupo J&F), CPFL, CTG, Spic, Auren, Copel e outras.
A inclusão de novas fontes e tecnologias também se reflete nos leilões voltados ao suprimento de energia em regiões isoladas, onde o governo pretende promover um modelo inédito: o uso combinado de fontes renováveis com sistemas de armazenamento e geradores a diesel.
De acordo com Thiago Prado, da EPE, a proposta é garantir ao menos 22% da energia desses projetos com fontes limpas. O desafio é grande: as localidades atendidas, majoritariamente na região amazônica, tradicionalmente dependem de combustíveis fósseis como óleo diesel e gás natural para geração elétrica. A mudança sinaliza um esforço em integrar a sustentabilidade à universalização do serviço, mesmo em áreas de difícil acesso.
Outro destaque para 2025 é o leilão A-5, que permite o início da entrega da energia em cinco anos e abre espaço para fontes como as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs). Apesar disso, distribuidoras demonstram cautela, pois enfrentam atualmente uma sobrecontratação de energia, impulsionada pela expansão da geração distribuída e do mercado livre. Ainda assim, a EPE acredita que o A-5 pode ser uma oportunidade para reequilibrar os contratos, trocando fontes térmicas caras por renováveis. Alessandra Torres, da Abrapch, reforça que, apesar da sobreoferta atual de energia solar, é nas PCHs que o sistema encontra estabilidade nos horários de pico – momento em que o sol já se pôs e é preciso garantir potência firme.