A taxa zero para importação de até 400 mil toneladas de arroz, anunciada pelo governo federal para amenizar os aumentos recordes do produto, deve ser aplicada em compras vindas dos Estados Unidos e da Tailândia, avalia a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A isenção da tarifa de importação de 10% para o arroz em casca e de 12% para o beneficiado vale até o fim do ano. A ministra acredita que a cota servirá como reserva técnica para não deixar o mercado desabastecido, mas não deve atrapalhar a próxima safra, com colheita no início do ano.
A redução da taxa, no entanto, não vai resolver o problema da alta do preço do arroz a curto prazo. “É claro que o arroz demora um pouco para entrar. Ele vem basicamente dos Estados Unidos e Tailândia, que são países que podem exportar para o Brasil porque é o mesmo tipo de arroz. Nós temos outros países produtores, mas é de outro tipo”, afirmou Tereza Cristina em entrevista à Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira (10).
Apesar de ter virado uma espécie de símbolo dos aumentos dos produtos da cesta básica, o arroz não é a único produto em alta sensível nas gôndolas dos supermercados. Apesar de o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ter ficado em 2,44% no acumulado de 12 meses, o grupo alimentos e bebidas subiu 11,4% no período. Somente nos oito primeiros meses de 2020, o preço do arroz subiu 19,25%, mas houve reajustes mais agressivos: o feijão mulatinho subiu 32,6%; o feijão-preto, 28,92%; a abobrinha, 46,8%; a cebola, 50,4%; e o leite longa vida, 22,99%. Não estão descartadas medidas parecidas para alguns desses e outros produtos.