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SP registra pior qualidade do ar do mundo pelo 3º dia consecutivo

Capital enfrenta níveis alarmantes de poluição; cinzas de queimadas e seca agravam a situação

São Paulo alcançou, pelo terceiro dia seguido, o lamentável título de cidade com a pior qualidade do ar do mundo, segundo o serviço de monitoramento suíço IQAir. A metrópole registrou um índice de 179 nas primeiras horas desta quarta-feira (11), superando cidades como Dubai (Emirados Árabes Unidos), Karachi (Paquistão) e Kinshasa (República Democrática do Congo). Quanto maior o índice, pior é a qualidade do ar.

Na terça-feira (10), o índice chegou a 162, o que já indicava um cenário grave. No entanto, a situação se deteriorou ainda mais, agravada pela chegada de cinzas de queimadas da região Norte do Brasil e pela seca que assola o estado. Na segunda-feira (9), São Paulo já havia se posicionado entre as cidades com os piores níveis de poluição do país, quadro que se repetiu ao longo da semana.

De acordo com a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), 20 das 22 estações de monitoramento da qualidade do ar na Grande São Paulo indicaram níveis preocupantes ao meio-dia de terça-feira, com 11 apresentando qualidade do ar ruim e nove muito ruim.

Seca e poluição: um cenário crítico

Além das queimadas, a seca que afeta grandes rios do país, como o Madeira e o Paraguai, também impacta a capital paulista. O Rio Pinheiros, que corta São Paulo, exibe um aspecto esverdeado devido à diminuição do fluxo de água de seus afluentes. A queda nos níveis dos reservatórios da Sabesp, que abastecem a Grande São Paulo, é alarmante. Três dos sete principais reservatórios da região estão operando com menos de 50% de sua capacidade, agravando a crise hídrica.

Queimadas e suas consequências

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que, de janeiro até segunda-feira (9), o Brasil registrou 159.411 focos de incêndio, um aumento de 100% em comparação com o mesmo período de 2023. Apesar de a maioria dos focos estar concentrada na Amazônia (52%) e no Cerrado (33%), a fumaça das queimadas se espalhou por 60% do território brasileiro, atingindo o Sul e Sudeste, além de outros países sul-americanos, como Peru, Colômbia e Equador.

O pesquisador de sensoriamento remoto Henrique Bernini alertou para os impactos das queimadas. “Estamos vendo uma quantidade enorme de incêndios ao mesmo tempo, agravados pelas ondas de calor. Isso torna a Amazônia uma das regiões que mais contribuem para as mudanças climáticas, quando deveria ser a principal aliada na reversão desse quadro”, afirmou.


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