Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Receita para emagrecedores; IA contra tumores; envelhecimento saudável melhora PIB

Boletim de MR sobre medicina, pesquisa, inovação, saúde mental, negócios e políticas públicas

Anvisa exige receita para compra de medicamentos emagrecedores

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que, a partir de 60 dias da publicação no Diário Oficial, será obrigatória a retenção de receita médica para a compra de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Saxenda e Mounjaro, conhecidos como “canetas emagrecedoras”. Embora originalmente desenvolvidos para tratar diabetes, esses remédios passaram a ser usados para emagrecimento e prometem a perda de até 17% da massa corporal em um ano. No entanto, o uso indiscriminado, sem orientação médica, pode trazer riscos sérios à saúde, como efeitos colaterais gastrointestinais, pancreatite e comportamentos compulsivos. A decisão visa coibir o uso abusivo e foi motivada por alerta do Conselho Federal de Medicina sobre a crescente demanda sem prescrição adequada.

Como a IA ouve os silêncios humanos

A inteligência artificial, que antes era vista como uma ferramenta técnica voltada para produtividade, está passando por uma transformação significativa, afirma o cirurgião Marcon Censoni Lima. Ele cita o estudo de Harvard sobre uso de IA na medicina, que indica que o foco se concentrará em aspectos emocionais e humanos. A tecnologia será cada vez mais usada para oferecer companhia, acolher sentimentos e ajudar as pessoas a encontrar propósito em momentos de solidão, dúvida e vazio. Em um mundo onde muitos já não conseguem ter essas conversas com amigos ou familiares, a IA surge como uma escuta atenta e disposta a ajudar.

“Além disso, outro uso crescente da IA será como assistente emocional, ajudando as pessoas a organizar suas rotinas e priorizar o que realmente importa em suas vidas. A IA, nesse sentido, funcionará como um lembrete gentil, oferecendo suporte mental para aqueles que se sentem sobrecarregados e perdidos”, diz Censoni Lima. O estudo também revela que, pela primeira vez, as pessoas estão usando a IA para responder a perguntas existenciais, como “quem sou eu?” e “o que me motiva?”. Na avaliação do médico, esse novo papel da tecnologia convida à reflexão sobre como o digital pode ajudar os seres humanos a se reconectarem consigo mesmos e a encontrar um maior entendimento sobre suas vidas.

IA da USP prevê agressividade de tumores usando proteínas

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram uma ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) capaz de prever a agressividade de tumores por meio de proteínas específicas, criando um índice de “stemness” que varia de baixo a alto. Esse índice mede a semelhança das células tumorais com células-tronco pluripotentes, indicando quão agressivo e resistente a medicamentos o câncer pode ser. O modelo, que utiliza dados proteômicos de diversos tipos de câncer, pode também auxiliar no desenvolvimento de terapias personalizadas, identificando proteínas que impulsionam a agressividade dos tumores e oferecendo novas possibilidades de tratamento. O estudo foi publicado na Cell Genomics e pode avançar no combate à doença.


Fiocruz coordena iniciativa global da OMS sobre Flavivírus

A Fiocruz foi escolhida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para coordenar um novo Consórcio Aberto e Colaborativo de Pesquisa (CORC) focado no estudo dos flavivírus, responsáveis por doenças como dengue, zika, febre amarela e febre do Oeste do Nilo. O CORC é uma iniciativa da OMS para enfrentar emergências de saúde, adotando uma abordagem mais ampla que abrange famílias virais em vez de patógenos individuais. A estratégia visa otimizar a pesquisa, acelerar descobertas científicas e melhorar a coordenação global entre instituições de pesquisa, desenvolvedores de tratamentos e agências governamentais. A Fiocruz, ao liderar esse consórcio, espera superar desafios socioeconômicos e preencher lacunas no conhecimento e investimento sobre os flavivírus, com o objetivo de promover soluções mais eficazes e justas.


O que MR publicou

Saúde, PIB global e envelhecimento

O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que políticas voltadas para o envelhecimento saudável poderão aumentar o crescimento global do PIB em média 0,4 ponto percentual por ano até 2050. Essas medidas incluem incentivar a participação dos idosos na força de trabalho e eliminar as disparidades de gênero. Além disso, uma combinação de políticas de oferta de mão de obra pode impulsionar o crescimento econômico em até 0,6 ponto percentual anual nos próximos 25 anos, ajudando a compensar parte da desaceleração provocada pelo envelhecimento demográfico. No entanto, o FMI alerta que, embora essas estratégias possam mitigar os impactos negativos, o crescimento global do PIB desacelerará significativamente ao longo do século 21, exigindo esforços consideráveis para estabilizar a relação dívida pública/PIB, especialmente em economias mais envelhecidas, como o Japão.


Anvisa aprova vacina contra Chikungunya do Butantan e Valneva

A Anvisa aprovou a vacina contra a chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a Valneva para aplicação no Brasil em pessoas com mais de 18 anos. O imunizante, que passou por testes nos EUA com 4 mil voluntários, mostrou alta eficácia, com 98,9% dos participantes produzindo anticorpos neutralizantes. Os resultados do estudo, que também evidenciaram um bom perfil de segurança e manutenção robusta dos anticorpos por pelo menos seis meses, foram publicados na revista científica “The Lancet” em junho de 2023.


Entidades reagem a vetos de terapias hormonais para menores

Entidades ligadas à população trans e travesti reagiram à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que restringe o acesso de menores de 18 anos a terapias hormonais e cirurgias de redesignação de gênero. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a ONG Mães pela Diversidade criticaram a decisão, considerando-a um retrocesso nos direitos da população trans, especialmente de crianças e adolescentes, que, segundo elas, perderão o acesso a tratamentos essenciais para sua saúde física e mental. A resolução proíbe o uso de bloqueadores hormonais para menores e limita a terapia hormonal cruzada a partir dos 18 anos, além de outras restrições. O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação sobre a legalidade da medida, enquanto o CFM defende que a decisão é fundamentada em evidências científicas sobre os riscos desses tratamentos.

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.