Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Anemia gulosa; lista do burnout; covid trombótica; SUS x tuberculose

Boletim de MONEY REPORT sobre medicina, inovação, negócios e políticas públicas

Gula e cansaço, pistas para anemia

Deficiência de ferro é o transtorno alimentar mais comum do planeta e seus indícios mais fortes são cansaço excessivo e forte impulso de consumir guloseimas. O mal atinge cerca de 30% da população global, estima a Organização Mundial de Saúde (OMS). Porém, são poucas as iniciativas amplas para lidar com o problema. A vontade desmedida é apenas uma resposta do corpo, já que doces, em especial chocolate, possuem ferro. Outros sintomas são dores de cabeça, tonturas, unha quebradiças, falta de fôlego, palpitações, pele pálida e falta de apetite para alimentos salgados. Para combater esse distúrbio que pode ser identificado em um simples exame de sangue bastaria mudar um pouco a dieta. De acordo com o nutricionista Paul Sharp, do King’s College London, ingerir suco de laranja natural no café da manhã permite melhor absorção do ferro dos alimentos. A partir daí, bastaria comer vegetais crus ou cozidos no vapor (ferro e vitamina C). Após o almoço e o jantar, melhor seria esperar algumas horas antes de partir para a sobremesa. Carne com queijos devem ser evitadas por quem está em tratamento, pois comprometem a absorção do nutriente.

Brasil é segundo na lista crítica da saúde mental. Pior para elas

Um estudo da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) indica que 72% dos brasileiros estão estressados em razão do trabalho, colocando o país como o segundo colocado na lista de países em situações mais preocupantes quanto à saúde mental. Outro levantamento da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) aponta que 30% dos trabalhadores brasileiros sofrem com a Síndrome de Burnout, o estresse crônico no trabalho. As mulheres brasileiras estão em situação pior. Dados levantados pelo LinkedIn constataram que 74% das entrevistadas disseram estar em estado de constante estresse por motivos ligados ao trabalho. A dupla jornada de trabalho, baixas remunerações, sobrecarga de tarefas domésticas e falta de reconhecimento são os principais fatores.

De acordo com um estudo da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a presença de algum sintoma de transtorno mental foi constatada em 51,6% das mulheres, sendo que 74,4% das participantes da pesquisa assinalaram que sentem nervosismo e tensão, 54,9% dormem mal e 45,8% relataram ter dificuldades no serviço. “O excesso de trabalho está levando os profissionais ao estresse crônico, e isso acontece por muitas empresas não investirem em seus respectivos departamentos de recursos humanos e gestão de pessoas”, aponta Alex Araújo, CEO da 4Life Prime, empresa de saúde ocupacional. 

Mortes por câncer colorretal crescem 20% na América Latina

Publicado na revista científica Plos One, um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e da Universidade da Califórnia San Diego mostrou que, entre 1990 e 2019, a mortalidade por câncer colorretal na América Latina cresceu 20,5%. Na maioria dos países da região, incluindo o Brasil, a tendência é de aumento. Segundo a Fiocruz, o crescimento da mortalidade por câncer colorretal na região vai no sentido oposto da tendência global, resultado influenciado pelos países de alta renda.

O trabalho relacionou os dados ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Países com baixo IDH têm menor mortalidade por câncer colorretal. Os fatores que influenciam essa relação são, principalmente, o subdiagnóstico e o menor acesso a fatores de risco conhecidos, como o consumo de alimentos ultraprocessados e de carne vermelha. Já os países de desenvolvimento médio têm, por um lado, acesso tardio ao diagnóstico e dificuldades com o tratamento em tempo oportuno, o que reduz a sobrevida dos pacientes. Além disso, esses países contam com maior exposição aos fatores de risco, como é o caso do Brasil. Ao contrário, os países de alto desenvolvimento diagnosticam a doença precocemente, e a população tem tendência a padrões alimentares mais saudáveis, diz a Fiocruz.

O que MONEY REPORT publicou

Pacientes reumáticos têm mais risco de tuberculose

A pandemia de covid-19 fez com que muitos casos de tuberculose ao redor do mundo deixassem de ser notificados, informa a Organização Mundial da Saúde (OMS). Com isso acredita-se que, nesse período, o número de pessoas com tuberculose não diagnosticadas e não tratadas possa ter aumentado. No Brasil, não foi diferente. Um boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde de março revelou que a mortalidade por tuberculose voltou a crescer nos últimos anos. Em 2021 foram registrados 5.072 óbitos pela doença, aumento de 11,9% em relação a 2019. Foi a primeira vez em quase 20 anos que o Brasil ultrapassou o número de 5 mil mortos pela doença.

Para quem sofre de doenças reumáticas, o risco é maior. “Nos pacientes com doenças imunomediadas – como artrite reumatóide, espondiloartrites e lúpus eritematoso sistêmico – existe uma condição que é altamente prevalente. Um quarto da população mundial apresenta essa condição, que é o que a gente denomina infecção latente pela tuberculose”, explicou Viviane Angelina de Souza, professora de reumatologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG) e coordenadora da Comissão de Doenças Endêmicas e Infecciosas da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

Por isso é necessária uma vigilância. O Plano Brasil Livre da Tuberculose tem como meta diminuir a incidência da doença e reduzir as mortes em em 95% até 2035. “Outra importante estratégia é a incorporação de novos tratamentos para a doença. Em setembro foi incorporada a pretomanida no Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento é administrado via oral, com menos efeitos colaterais, o que facilita a adesão e exige menos visitas de acompanhamento. Além disso, o tempo de tratamento também é reduzido de dezoito para seis meses”, informou o Ministério da Saúde. Também é importante tomar a vacina BCG, que protege as crianças das formas mais graves da doença.

Estudo comprova que a covid grave é uma doença trombótica

Em artigo publicado no Journal of Applied Physiology, pesquisadores da Universidade de São Paulo mostram que o dano causado pelo sars-cov-2 ao revestimento de pequenos vasos pulmonares é determinante para o agravamento da doença. A trombose em pequenos vasos (capilares) do pulmão é uma das primeiras consequências da covid-19 grave, até mesmo antes das dificuldades respiratórias. Os dados foram obtidos a partir da autópsia de nove pacientes que morreram acometidos da forma grave da doença.

“Esse estudo foi a prova final do que vínhamos alertando desde o comecinho da pandemia: a covid-19 grave é uma doença trombótica. O vírus sars-cov-2 tem um tropismo pelo endotélio [é atraído para esse tecido], a camada de células que reveste os vasos sanguíneos. Portanto, ao invadir as células endoteliais, ele afeta primeiro a microcirculação. O problema começa nos capilares do pulmão, para depois ir coagulando os vasos maiores, podendo atingir qualquer outro órgão”, explicou ao Jornal da USP a pneumologista Elnara Negri, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), coautora do artigo e uma das primeiras pesquisadoras do mundo a trabalhar com essa hipótese (leia mais em: agencia.fapesp.br/33175).

Como funcionará o Novembrinho Azul

A prevenção de fatores de risco para doenças relacionadas à saúde sexual e reprodutiva em meninos de até 15 anos é o tema da campanha Novembrinho Azul, criado na quarta-feira (11). A partir de agora, anualmente o mês de novembro passará a ter ações educativas para reforçar os cuidados preventivos com a saúde sexual e reprodutiva de meninos de até 15 anos de idade, como vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), autoexame de testículos e consultas de rotina. O objetivo é diminuir o agravamento de doenças na vida adulta, com a detecção precoce e o tratamento de problemas congênitos. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre estudantes do 9º ano do fundamental, o percentual de meninas que buscaram uma unidade básica de saúde (UBS) em 2019 foi de 88,3%, enquanto o de meninos, de 85,2%. As ações incluem distribuição de material educativo sobre quadros de dor, aumento testicular e promoção da vacina de HPV; capacitação de gestores do SUS sobre tratamentos preventivos para meninos e formação contínua dos profissionais de saúde para o atendimento desse público.

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pergunte para a

Mônica.

[monica]
Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.