Circula pelas redes sociais que o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) estaria realizando “cirurgias de transição de gênero” em crianças a partir de 4 anos. Contudo, a informação é falsa. A assessoria de imprensa da unidade de saúde explica que esse procedimento só pode ocorrer após os 18 anos.
Na realidade, o boato distorce outro trabalho realizado pelo hospital. Em 2010, a instituição de saúde criou o Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (Amtigos), com o objetivo de acompanhar pessoas que apresentem incongruência de gênero ou não conformidade de gênero. Inicialmente, segundo a assessoria de imprensa, o local atendia apenas adultos, mas, desde 2015, só crianças e adolescentes são atendidos. Apenas algumas pessoas das primeiras turmas continuam a ser acompanhadas. O grupo é acompanhado por uma equipe multidisciplinar composta por psiquiatras, psicólogos, pediatras e endocrinologistas.
“A criança é acompanhada. A gente não faz intervenção hormonal nem cirúrgica nenhuma em criança, até o início da puberdade. No início da puberdade, para ganhar um tempo, para não acontecer as mudanças corporais específicas de cada aspecto nessa faixa etária, a gente faz o bloqueio da puberdade, ou seja, essa criança, esse pré-púbere, não vai desenvolver caracteres sexuais secundários do seu sexo biológico. Com isso, a gente ganha um tempo a mais de acompanhamento desse adolescente e aí tem a certeza diagnóstica para aos 16 anos entrar com o hormônio específico relacionado com a sua identidade de gênero”, explicou o coordenador do ambulatório, Alexandre Saadeh, em entrevista para o jornal USP em 2019.
A assessoria de imprensa do HCFMUSP indica que todos os tratamentos e procedimentos oferecidos estão “respaldados por protocolos previstos no rol de atendimento do SUS e seguem regulamentação do Conselho Federal de Medicina, bem como diretrizes de centros de excelência com reconhecida e ilibada atuação sobre o tema”.
Em 2020, o CFM reduziu de 21 para 18 anos a idade mínima para a realização da cirurgia para mudança de sexo. A entidade também indicou que a terapia com hormônios pode começar a partir dos 16 anos.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, uma pesquisa feita por uma clínica referência em identidade de gênero na Holanda mostrou que 98% das pessoas que iniciaram a transição de gênero antes dos 18 anos mantém o tratamento hormonal na maioridade – o que sugere que não se arrependeram da decisão.
Respostas de 4
Pq qui veículos como G1 ou outros,noticiam como verdadeira essa prática de transição de gênero em crianças?
Antes de comentar novamente, por favor leia com atenção redobrada o texto inteiro. A explicação está lá
Att,
Rodrigo Dias
Editor de Money Report
Não, a explicação não está no texto e portais como G1 informam como se fosse verdadeira que crianças a partir de 4 anos estão fazendo cirurgias de teoca de sexo na USP.
Vergonhoso..
O senhor afirma que nosso trabalho de apuração é “vergonhoso” e que as informações derrubando a notícia não estão no texto e que os outros portais dão a informação como certa.
Seguem apenas alguns trechos publicado em acima que devem ter passado despercebidos.
Atenciosamente,
A redação
– No final de primeiro parágrafo
“A assessoria de imprensa da unidade de saúde [Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo] explica que esse procedimento só pode ocorrer após os 18 anos.”
Segundo parágrafo
“Na realidade, o boato distorce outro trabalho realizado pelo hospital. Em 2010, a instituição de saúde criou o Ambulatório Transdisciplinar de Identidade de Gênero e Orientação Sexual (Amtigos) com o objetivo de acompanhar pessoas que apresentem incongruência de gênero ou não conformidade de gênero. Inicialmente, segundo a assessoria de imprensa, o local atendia apenas adultos, mas, desde 2015, só crianças e adolescentes são atendidos.”
Terceiro parágrafo
“A criança é acompanhada. A gente não faz intervenção hormonal nem cirúrgica nenhuma em criança, até o início da puberdade. No início da puberdade, para ganhar um tempo, para não acontecer as mudanças corporais específicas de cada aspecto nessa faixa etária, a gente faz o bloqueio da puberdade, ou seja, essa criança, esse pré-púbere, não vai desenvolver caracteres sexuais secundários do seu sexo biológico. Com isso, a gente ganha um tempo a mais de acompanhamento desse adolescente e aí tem a certeza diagnóstica para aos 16 anos entrar com o hormônio específico relacionado com a sua identidade de gênero”, explicou o coordenador do ambulatório, Alexandre Saadeh, em entrevista para o jornal USP em 2019.”