(Reuters) – O presidente da Câmara dos Deputados e pré-candidato à Presidência da República, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta sexta-feira, em agenda de pré-campanha em João Pessoa, um programa complementar ao Bolsa Família que tenha como foco a educação.
Segundo o presidente, o programa ofereceria uma renda variável, atrelada à conclusão das diversas etapas do ensino.
“O Bolsa Família tira as famílias da extrema pobreza, dá a elas as condições mínimas, mínimas mesmo, de alimentação, de cuidar das suas vidas. Só que ela não garante uma questão fundamental, do nosso ponto de vista, que é a mobilidade social”, disse o presidente da Câmara a jornalistas na capital paraibana.
“O que nós queremos é, mantida a política do Bolsa Família, nós queremos criar um programa, que será um programa complementar que vai ter um foco exclusivo na educação.”
A ideia do pré-candidato é promover uma busca em programas já existentes a cargo de diversos ministérios, e criar o programa, que também incluirá a formação de poupanças para as crianças do Bolsa Família inscritas no novo programa.
Para o pré-candidato, a elaboração de um plano de governo “claro” e “objetivo”, com o foco em “melhorar a vida das pessoas” e dar mobilidade aos mais pobres pode ajudá-lo a angariar votos no Nordeste, região em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem muita força.
“E um projeto claro e objetivo (que mostre) de que forma a gente pode desenvolver melhor a infraestrutura do Nordeste para que os empreendedores e os empresários aqui possa gerar mais empregos”, disse Maia.
Na viagem à Paraíba, o pré-candidato negou que haja qualquer incompatibilidade entre a agenda eleitoral e seus compromissos como presidente da Câmara.
O deputado também defendeu o diálogo com todas as legendas e disse esperar que “a maioria” de partidos, como o PP, o PRB, o PR e o Solidariedade, que estavam presentes no lançamento de sua pré-candidatura, o apoiem quando formalizar a postulação à Presidência da República na eleição de outubro.
E elencou, como principais pontos de sua plataforma, a redução do tamanho do Estado, a redução das desigualdades, o investimento em infraestrutura, segurança pública e educação.
Maia avaliou ainda que não é possível afirmar quais dos pré-candidatos já colocados podem chegar ao segundo turno, mas defendeu a sua candidatura como a que tem mais chances, se forem analisados os dados sobre a rejeição do eleitorado.
“Olhando esse cenário dessas rejeições, eu vejo, no meu campo, certamente a nossa candidatura. A pré-candidatura do DEM é aquela que tem as melhores condições de vitória no segundo turno”, afirmou.
Maia disse ainda não ter problemas em eventual disputa pelo Planalto com o presidente Michel Temer, e afirmou que não se tornaria o candidato do governo porque não tem interesse em defender um legado, mas em pensar “no futuro”.
Pré-candidatos de partidos que compõem –ou compunham– o governo negociam o apoio das siglas menores da base aliada, mas o cenário ainda é incerto, visto que muitos potenciais candidatos ainda não lançaram seus nomes. Este é o caso do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e do próprio Temer.
(Por Maria Carolina Marcello, em Brasília)