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IPCA sobe 0,32%, menor taxa para fevereiro em 18 anos, e reforça apostas de corte nos juros

Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – A inflação oficial do Brasil atingiu o menor nível em 18 anos para fevereiro diante da queda dos preços dos alimentos e permanece firmemente abaixo da meta oficial, consolidando as expectativas de mais um corte da taxa básica de juros neste mês.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,32 por cento no mês passado, contra 0,29 por cento em janeiro, resultado mais fraco para fevereiro desde 2000 (+0,13 por cento).

Nos 12 meses até fevereiro, o IPCA acumulou avanço de 2,84 por cento, sobre 2,86 por cento antes, menor leitura para o período desde 1999, quando ficou em 2,24 por cento.

Assim, o dado divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) permanece abaixo do piso do meta deste ano, de 4,5 por cento com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Os resultados ficaram em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters de avanço de 0,32 por cento sobre o mês anterior e de 2,85 por cento em 12 meses.

“Tradicionalmente fevereiro tem IPCA mais alto, mas dessa vez a surpresa veio da deflação dos alimentos. Isso fez a diferença em fevereiro, que sempre tem o impacto da educação”, disse o gerente da pesquisa, Fernando Gonçalves.

Com forte impacto sobre o bolso do consumidor, os preços de Alimentação e Bebidas caíram 0,33 por cento em fevereiro, depois de alta de 0,74 por cento no mês anterior. O destaque entre os alimentos que ficaram mais baratos foram as carnes (-1,09 por cento) e as frutas (-1,13 por cento).

Por outro lado, o principal impacto de alta foi o grupo Educação, cujos preços subiram 3,89 por cento e respondeu por 59 por cento do IPCA do mês, depois de alta de 0,22 por cento em janeiro.

A forte aceleração é reflexo dos reajustes típicos de início de ano letivo, principalmente o aumento de 5,23 por cento nas mensalidades dos cursos regulares.

As pressões inflacionárias contidas em meio ao desemprego ainda elevado e à capacidade ociosa entre as empresas somam-se a uma economia ainda em recuperação gradual, o que ajuda o Banco Central a continuar cortando a taxa básica de juros.

“Alimentação tem sido um grupo importante para sustentar a taxa de inflação em níveis mais baixos. Mas não podemos esquecer que o desemprego ainda continua elevado e a recuperação da renda ainda é tímida, o que afeta o consumo e os preços”, completou Gonçalves.

O cenário vem aumentando as apostas de novo corte de 0,25 ponto percentual na Selic neste mês, hoje na mínima histórica de 6,75 por cento.

O BC indicou em sua última reunião que considerava fortemente deixar os juros estáveis, mas o presidente Ilan Goldfajn reconheceu depois disso que a inflação lenta vem surpreendendo até a própria autoridade monetária.

O IBGE informou ainda que a inflação de serviços acelerou a 0,74 por cento em fevereiro, sobre 0,16 por cento em janeiro, diante da pressão dos cursos, porém em 12 meses caiu a 4,20 por cento, nível mais fraco da série histórica específica para o setor iniciada em 2012.

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