Em um jantar realizado ontem na casa do empresário Naji Nahas, o humorista André Marinho, filho de Paulo Marinho, ex-amigo de Jair Bolsonaro, fez uma imitação muito boa do presidente, para deleite dos convidados – entre eles, o ex-presidente Michel Temer. No esquete de André, Bolsonaro reclamaria a Temer do conteúdo da carta que divulgou em 8 de setembro: “Cadê a parte que eu combinei de botar o pau de arara na Praça dos Três Poderes e dar de chicote no lombo de Alexandre de Moraes?”.
A passagem foi gravada pelo publicitário Elsinho Mouco e viralizou, sendo comentadíssima na manhã de hoje. Alguns analistas lamentaram que o presidente tenha virado chacota em meio a uma situação política gravíssima. Houve quem ficasse indignado com Temer e até quem tenha visto na reação divertida dos convidados uma manifestação explícita de desembarque no apoio ao governo. Outros acharam que era um jantar para celebrar o recuo da postura agressiva do mandatário e seu novo alinhamento com o Centrão.
No fundo, porém, o que se vê é apenas um grupo de pessoas rindo de uma imitação bem-feita e com roteiro brincalhão. Se outro humorista fizesse a mesmíssima imitação ao próprio Bolsonaro, ele provavelmente também daria suas risadas.
Durante os oito anos que governou o Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi mimetizado à exaustão – em situações semelhantes à ocorrida ontem. Em um jantar realizado em São Paulo, por sinal, Lula foi avisado de que um dos banqueiros presentes sabia imitá-lo muito bem. Ao final do jantar, ao cafezinho, abordou o financista e pediu: “Me imita”. Sem saída, ele fez a tal imitação (já ouvi: é excelente). Lula gargalhou e abraçou o interlocutor.
Situações como essas são absolutamente corriqueiras no Brasil. Não merecem grandes análises ou comentários. Como dizem os americanos, “no big deal”…