Serão usados veículos blindados e um protocolo foi criado colocando Bolsonaro e Lula na categoria de alto risco
A preocupação da Polícia Federal (PF) com a segurança dos candidatos à presidência aumentou depois do assassinato do militante petista Marcelo Arruda por um bolsonarista em Foz do Iguaçu, na noite de sábado (9). O histórico de episódios de tensão na campanha se intensifica à medida que a eleição se aproxima.
A PF adquiriu viaturas blindadas para fazer o transporte de candidatos durante os deslocamentos em agendas de campanha. A própria PF apelidou os veículos de carros VIP. O período de escolta dos aspirantes ao Palácio do Planalto também foi antecipado.
No final de maio, a corporação já havia anunciado que além dos carros blindados, mobilizaria cerca de 300 agente e investiria cerca de R$ 57 milhões e para garantir a segurança dos presidenciáveis. A PF também notificará os candidatos que aqueles que se expuserem espontaneamente a riscos de ameaças específicas, previamente avisados pela equipe de segurança, serão responsabilizados.
O trabalho começará a partir da definição dos nomes nas convenções partidárias, previstas para o intervalo entre 20 de julho e 5 de agosto. Nos últimos pleitos, a segurança começou a partir do início das campanhas que, neste ano, está marcado para 16 de agosto.
O PT não pediu reforço na segurança devido ao episódio, mas os agentes e delegados que participam do planejamento disseram ao O Globo considerar que será inevitável aumentar o efetivo em pelo menos mais 20 ou 30 agentes até o final da campanha, dados os riscos envolvidos. Com esse acréscimo, os policiais protegendo Lula serão cerca de 50. Hoje são 27.
Risco máximo
Para decidir como distribuir seu efetivo, a PF levará em consideração uma escala de riscos que vai 1 (menor risco) a 5 (maior risco), elaborada de acordo com o risco de cada candidato e o de cada evento da agenda.
Lula e Bolsonaro estão na categoria 5, de risco máximo. Essa análise leva em conta a projeção nacional d ambos, a situação nas pesquisas, a visibilidade e histórico de ameaças de cada um. Jair Bolsonaro também é alvo de muita preocupação da segurança em função do atentado sofrido em 2018.
Últimos ataques
Em meados de junho, em Belo Horizonte, um drone atirou fezes e urina sobre o público que acompanhava um ato conjunto de Lula com o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Uma semana depois, um deputado estadual bolsonarista, filiado ao Republicanos, invadiu o evento de apresentação do programa de governo do PT, em São Paulo, e foi andando em direção à mesa onde estavam Lula e Geraldo Alckmin. “Vai voltar ao local do crime”, disse o militante andando em direção ao petista. Foi retirado do local pelos seguranças.
Na semana passada, durante o comício na Cinelândia, no Rio de Janeiro, uma bomba caseira com fezes foi lançada contra o público que acompanhava o ato.