As duas maiores forças políticas nacionais saem enfraquecidas da corrida para o segundo turno à Prefeitura de São Paulo, o petismo e o bolsonarismo. O resultado não significa, necessariamente, que a polarização direita versus esquerda esteja esvaziada. Houve, sim, uma reacomodação das simpatias eleitorais.
Líder nas pesquisa de intenção de voto desde a segunda quinzena de outubro, o prefeito Bruno Covas (PSDB) segue como favorito após superar de muito Celso Russomanno (Republicanos), aliado declarado de Jair Bolsonaro. Russomanno acabou desidratado até ficar fora da disputa, estacionado em quarto lugar, apesar de ter sido líder no início.
Quem se apresenta para o segundo turno é Guilherme Boulos (PSOL) como a opção renovada e mais radical da esquerda. O petista Jilmar Tatto (PT), em sexto, sequer chegou bem onde seu partido mantinha forte militância, em áreas das periferias das zonas Sul e Leste da capital paulista. Com diferentes percentuais, a ordem de preferência dos paulistanos se manteve em quase toda a cidade entre Covas e Boulos, nesta ordem.
O embate entre centro-direita e esquerda na capital paulista não pode ignorar as consideráveis forças políticas de Márcio França (PSB) e de Arthur do Val (Patriota). Terceiro colocado, França não necessariamente terá peso em alianças futuras, já que seu desempenho pode se diluir entre votos para Covas e para Boulos. Em quinto lugar, quase empatado com Russomanno, do Arthur do Val se apresenta como opção futura, já que afirmou não emprestar apoio para ninguém. Neste cenário, perderam petistas e bolsonaristas, que incapazes de se renovar, deixam o protagonismo que alcançaram na eleição de 2018.