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Partido Novo será independente na Câmara, diz líder da bancada

O deputado Marcel Van Hattem será o futuro líder da bancada de 8 deputados do partido Novo na Câmara, a partir do dia 1º de fevereiro. Em entrevista a MONEY REPORT, Van Hattem explica como será a atuação do Novo no Parlamento, quais serão as pautas defendidas pela legenda e quais projetos do governo Bolsonaro o partido apoiará ou não. Van Hattem é cientista político e foi o deputado mais votado do Rio Grande Sul – 349.855 votos. Confira a entrevista a seguir.

O partido Novo será aliado de base do governo Jair Bolsonaro (PSL)?

Será independente. Isso significa que não seremos da base, mas também não seremos oposição. É um conceito que no Brasil talvez seja novo. Mas esse pensamento define a postura de muitos partidos políticos em democracias consolidadas. Temos princípios claros e bem definidos e iremos agir de acordo com eles. Vamos avaliar projeto a projeto.

Mas em que projetos o Novo deve apoiar o governo federal?

Felizmente, na área econômica, ao que tudo indica, as propostas da gestão Bolsonaro terão nosso apoio. Claro, esse apoio será de acordo com o que nós defendemos. 

Como assim?

Por exemplo, sabemos que o governo tem um amplo programa de privatizações. Apoiaremos essa pauta, pois nos identificamos com elas. Mas quero deixar bem claro que o partido Novo não defende apenas algumas privatizações, mas sim a privatização de todas as estatais. Somos também a favor da abertura de mercado, para que haja mais livre-concorrência. Penso que não adianta privatizar só por privatizar.

Em que pautas o Novo vai ser contra o governo?

Se tiver aumento de imposto, de IOF, por exemplo, seremos contra. Não temos compromisso com o aumento de carga tributária. Defendemos o corte de gastos e despesas.

O que de fato vocês pretendem agregar ao Congresso?

Queremos aumentar a proximidade entre o cidadão brasileiro e a política. Fazer a diferença, retomar o protagonismo do sistema político na democracia. Algo que já não ocorre pelo menos nas últimas duas décadas, sobretudo nos governos do PT.  

Na prática, o que isso significa?

Vamos usar critérios técnicos para contratar lideranças na nossa bancada e gabinetes na Câmara. Assumimos o compromisso de não nomear mais do que a metade dos assessores a que temos direito. Individualmente, cada parlamentar do Novo irá usar apenas 50% do ‘cotão’ disponível. Por agir assim, vamos também cobrar  austeridade dos outros poderes.

Como o Novo irá se comportar diante de pautas de costumes?

Isso depende muito da posição individual de cada deputado. Nesse sentido, cada filiado tem a liberdade de escolher como pensa e, consequentemente, como vota. O mais importante é que aquele deputado que tem uma definição sobre moral mais bem-definida não busque impor aos demais a sua opinião. Iremos debater cada caso. Em geral, não fecharemos questão sobre pautas de costumes.

O senhor é a favor da Escola Sem Partido. Tentará usar seu mandato em prol dessa pauta na Câmara?

O Novo tem opiniões divergentes sobre esse assunto. Alguns acham necessário, e outros, não. Mas, como um todo, o partido vê que existe o problema da doutrinação partidária nas salas de aulas das escolas no país.Isso não pode ser negligenciado. No meu caso, se esse projeto voltar à Câmara (NE: o projeto foi arquivado em dezembro, por falta de quórum), irei apoiá-lo, por entender que o Parlamento é o lugar ideal para ser debatido esse assunto.

Quando vai apresentar a proposta que trata sobre o fim do fundo partidário? Já está pronto esse projeto?

Tentaremos apresentar esse projeto no começo do nosso mandato, já a partir da primeira semana de fevereiro. Por enquanto, estamos avaliando como será apresentado. Se for por Proposta de Emenda Constitucional (PEC), teremos que colher as assinaturas necessárias de pelo menos um terço da Câmara. Então estamos avaliando como apresentaremos.

O Novo irá apoiar a reeleição do deputado Rodrigo Maia (DEM) à presidência da Câmara?

A candidatura de Rodrigo Maia é natural, tem um amplo apoio de deputados que acompanharam o seu mandato. Reconhecemos que ele conseguiu fazer avançar projetos importantes no Parlamento, mas nós também temos os nossos (projetos) e vamos apresentá-los nos próximos dias. Diante disso,estamos analisando os cenários. Teremos uma conversa com ele (Maia) hoje, mas sem compromisso, pois não temos uma posição fechada ainda.

Como cientista político, o senhor acha que existe socialismo no Brasil, como tem afirmado o presidente Bolsonaro?

Sim, e esse socialismo já vem desde 1988, com a criação da nossa Constituição, que busca criar o ‘paraíso na terra’. Existe no Brasil uma visão de Estado grande, provedor, que gera riqueza. Sabemos que não é bem assim.

Está acompanhando os primeiros movimentos do governo em torno da reforma da Previdência? O que está achando? 

Tenho acompanhado. Espero que no início de fevereiro essa proposta saia. Consideramos a reforma da Previdência essencial.  

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