Pesquisar
PATROCINADORES
PATROCINADORES

Nunes está mais perto de Boulos. Vai se manter?

O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou nesta semana o apoio à candidatura de seu ex-ministro Ricardo Salles à prefeitura de São Paulo, descartando uma ligação, pelo menos no primeiro turno, com o prefeito Ricardo Nunes, postulante à reeleição. Mas, apesar disso, o nome de Salles ainda parece ficar restrito ao universo bolsonarista mais radical. A última pesquisa do Instituo Paraná, revelada ontem, mostra que o ex-ministro está em quarto lugar, com 8,3 % das intenções de voto, à frente de Kim Kataguiri (5,4%) e Marina Helena (3,1%). No pódio do estudo, estão Guilherme Boulos (31,1 %), Nunes (25,4 %) e Tábata Amaral (8,9 %).

Esta pesquisa é mais um indicador de que a disputa final ficará mesmo entre Nunes e Boulos. O que chama atenção no estudo, porém, é como os votos de Ricardo Salles estão distribuídos. Na hipótese de o atual deputado federal não concorrer, Boulos cresce a 32,4 %, seguido de perto por Nunes, com 29,1 %; logo após, temos Tábata Amaral (9,2%), Kim Kataguiri (6,4%) e Marina Helena (3,9%). Ou seja, todos os candidatos recebem um pedaço do eleitorado de Salles, com maior convergência para o atual alcaide. O que surpreende neste cenário, porém, é o aumento de 1,3 ponto percentual para o candidato do PSOL. Isso, no entanto não quer dizer que parte dos eleitores do ex-ministro vá votar na esquerda – pelo contrário. O que acontece é que o número de votos nulos e brancos, sem Salles, aumenta. Com isso, o percentual equivalente a Boulos cresce de forma proporcional.

Como a margem de erro da pesquisa é de 3,1 %, é possível dizer que os dois principais adversários estejam em empate técnico. E, pelo andar da carruagem, a disputa entre Nunes e Boulos será duríssima. Boulos pode herdar a maior parte dos votos destinados à Tábata, com Nunes abocanhando os eleitores de Salles, Kim e Marina. Este equilíbrio se reflete na pesquisa do Instituto Paraná.

No embate direto, Nunes aparece com 41,3% das intenções de voto, contra 39,8% de Boulos. Trata-se de uma diferença ínfima, menor ainda que a da eleição presidencial de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva derrotou Jair Bolsonaro por 1,8 ponto percentual. Ou seja, a eleição está totalmente aberta.

Nunes, nos últimos meses, trabalhou melhor a imagem, mas ainda sofre com o efeito que o desconforto com o número de obras na cidade está causando em algumas áreas. O trânsito ficou caótico em algumas regiões, o que vem gerando grande irritação nos eleitores.

O prefeito, porém, aposta que a maioria das obras estará pronta entre janeiro e abril, reduzindo o estresse da população. Com isso, ele estaria apto a receber mais votos e encarar de frente o principal opositor.

Caso consiga a reeleição, Nunes será o terceiro vice-prefeito paulistano a assumir o cargo na história recente e se firmar como liderança política. Com Gilberto Kassab foi assim. Ele sempre foi visto como um político de bastidores, mas obteve reconhecimento nas urnas após suceder a José Serra. Bruno Covas, vice de João Doria, foi outro que se firmou através do pleito – mas, infelizmente, uma doença fatal encerrou prematuramente sua carreira.

Nunes, porém, passou muito tempo longe dos holofotes e, como Kassab e Covas, parece se sentir incomodado com muita atenção. Por outro lado, percebe-se que conseguiu se adaptar melhor à exposição obtida pelo cargo nos últimos meses.

Boulos deve liderar o pleito no primeiro turno. A grande dúvida é: ele conseguirá abrir uma vantagem que não será alcançada pelos eleitores de Centro e de Direita? As próximas pesquisas vão ser mais esclarecedoras para entendermos melhor o cenário. Mas as perspectivas são de um confronto extremamente duro até 27 de outubro. Nesse meio tempo, quem tiver boas coronárias pode fazer suas apostas.

Compartilhe

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pergunte para a

Mônica.

[monica]
Pesquisar

©2017-2020 Money Report. Todos os direitos reservados. Money Report preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe.