Nomeada ontem (quinta-feira, 15) presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Cláudia Mansani Queda de Toledo, já é alvo de críticas vindas do meio acadêmico. Reitora do Centro Universitário de Bauru (CEUB), onde também foram diplomados em direito os atuais ministros Milton Ribeiro, da Educação, e André Luiz Mendonça, advogado-geral da União, ela terá como função ampliar e melhorar os cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil. E é aí que está o incômodo.
Em 2017, um dos cursos de pós do CEUB obteve nota 2 e acabou descredenciado pela própria Capes, que agora ela irá chefiar. Outro curso de pós no direito, “Sistema Constitucional de Garantia de Direitos”, ganhou notas 4 no mestrado e no doutorado.
As avaliações ocorrem a cada quatro anos e variam de 1 a 7 (até 5 em cursos só de mestrado). Para se manter funcionando, um curso de mestrado precisa atingir nota 3 e, para doutorado, 4. Ou seja, uma das pós do CEUB é precária.
Cláudia Toledo assume o posto que era de Benedito Guimarães Aguiar, ex-reitor do Mackenzie, em São Paulo. Toledo é mestre em direito das relações sociais pela PUC-SP (2008) e doutorada em direito constitucional pela Instituição Toledo de Ensino (2012), atual CEUB. Além de reitora, ela leciona nos cursos de graduação e pós-graduação de direito.
De toda a maneira, sua nomeação é menos turbulenta e problemática que a de Carlos Alberto Decotelli, que nem assumiu como ministro da Educação, em junho do ano passado. Decotelli mentiu ao afirmar ter doutorado em administração pela Universidade Nacional de Rosário, na Argentina, e pós-doutorado pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Ele foi desmentido pelas instituições.
Nova presidente da CAPES , Profa Dra Cláudia Toledo. Perfil técnico e acadêmico. pic.twitter.com/MpHqUF5p5b
— Milton Ribeiro (@mribeiroMEC) April 16, 2021