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Como Bolsonaro pode virar o jogo na relação com o Congresso?

Eleito com o discurso de que iria governar fazendo uma “nova política” – evitando o que chamou de “velha política”, ou seja, negociações escusas entre o Executivo e o Legislativo –, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem sofrendo uma série de derrotas (veja o quadro abaixo) no Congresso Nacional, pondo em risco a governabilidade e a aprovação de pautas fundamentais para o futuro do país, como a reforma da Previdência.

Querendo evitar os erros cometidos pelos governos petistas, Bolsonaro rejeitou formar uma base ampla de apoio no Congresso tendo os partidos como base. Preferiu negociações no varejo e, em alguns casos, com “bancadas” (como a ruralista e a evangélica). Para Bolsonaro, a importância das pautas, por si só, deveria ser forte o suficiente para que elas sejam aprovadas — sem necessidades de negociações com os deputados e senadores.

A estratégia não tem dado certo. Segundo Carlos Pereira, cientista político da FGV-RJ, no presidencialismo de coalizão, em vigor no Brasil, não há governabilidade sem uma base sólida de apoio. “Com o tempo, ficará insustentável. O Executivo sempre depende do Legislativo. Como conseguirá governar, sem ter um apoio estável?”, questiona.

O professor da FGV diz que, se Bolsonaro quiser aprovar reformas como a da Previdência, terá que atender demandas dos parlamentares. “O presidente terá que usar ‘moedas’ de trocas legais para contemplar deputados e senadores, como cargos e indicações em ministérios.” E ele ressalta: isso não é um crime. “Bolsonaro rejeitou o presidencialismo de coalizão como se isso fosse corrupção, mas não é.”

Para aprovar a medida provisória que alterava – para menos – o número de ministérios no Executivo, Bolsonaro cedeu e decidiu recriar as pastas da Integração Nacional e das Cidades. “Isso sinaliza que Bolsonaro já percebeu que, na prática, esse discurso de ‘nova política’ não funciona”, afirma Rodrigo Prando, cientista político do Mackenzie.  

Ao voltar atrás, Bolsonaro cria uma armadilha para si: como fazer isso sem passar a impressão de que “está se sujando”? “Bolsonaro precisa deixar de lado esse discurso de campanha e começar a fazer política. Dar atenção para os partidos políticos, que têm a prerrogativa no regimento das casas legislativas”. 


DERROTAS DO GOVERNO

Fevereiro

Câmara dos Deputados derruba o decreto que muda a Lei de Acesso à Informação (LAI)

Março

Câmara dos Deputados aprova PEC do Orçamento Impositivo

Abril

Partidos do Centrão atrasam a votação da reforma da Previdência

Maio

Deputados e senadores aprovam ida do Coaf para o Ministério da Economia


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