Um leitura atenta da pesquisa realizada pela XP Investimentos a respeito do apoio dos brasileiros à operação Lava-Jato mostra que uma parcela expressiva da população pode estar confundindo o conceito de justiça com o que determina a lei.
Segundo a XP, entre os entrevistados que declaram ter votado no presidente Jair Bolsonaro, 63% dizem que a Lava-Jato não cometeu excessos. Outros 13% reconhecem que houve exageros, mas o resultado valeu a pena.
Entre os eleitores do petista Fernando Haddad, 26% validam toda a ação da força-tarefa da Lava-Jato e 14% acham que os fins justificam os meios. Ou seja, em termos gerais, 40% dos que votaram em Haddad apoiam Moro.
No Estado de Direito, as leis estão acima de tudo e de todos – e elas jamais devem ser violadas sob qualquer pretexto. Os fins, definitivamente, não justificam os meios.
É justo que malfeitores que desviaram recursos em esquemas monumentais de corrupção sejam punidos, mas eles devem responder por seus atos dentro dos parâmetros das leis. Sem isso, abre-se um perigoso caminho para o arbítrio.