O presidente Jair Bolsonaro escolheu, na tarde desta quinta-feira (16), o oncologista Nelson Teich (imagem) para o lugar de Luiz Henrique Mandetta no Ministério da Saúde. O ex-ministro Mandetta confirmou, por volta das 16h30, por meio de sua conta no Twitter: “Acabo de ouvir do presidente Jair Bolsonaro o aviso da minha demissão do Ministério da Saúde. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada, de ser gerente do nosso SUS, de pôr de pé o projeto de melhoria da saúde dos brasileiros e de planejar o enfrentamento da pandemia do coronavírus, o grande desafio que o nosso sistema de saúde está por enfrentar”.
Teich se reuniu com o presidente pela manhã. Ele teria afirmado que “a saúde não vive sem a economia e que a economia não vive sem a saúde”. A frase teria agradado o presidente. O oncologista contaria com o apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes,e de outros ministros. Ele é considerado discreto e com “perfil de gestor”. Ou seja, não teria ambições políticas, o que desagrada ao presidente.
O futuro ministro teria bom trânsito com empresários do setor de saúde. A intenção dele seria não ceder completamente ao uso ampliado da cloroquina ou adotar em ampla escala o isolamento vertical (apenas para idosos ou pessoas em situação de risco). Um dos pontos centrais de sua atuação seria a testagem em massa da população. Medida que não era exequível por falta de kits até a semana passada. Haveria consenso entre profissionais da área de saúde e políticos de que Mandetta exagerou demais na manutenção de seus pontos de vista.
Mandetta começou a se desgastar com Bolsonaro já no início da crise do coronavírus. O ex-ministro defendeu fortemente as recomendações de especialistas e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que consideram o isolamento social a forma mais eficaz de evitar a propagação do vírus. O presidente quer flexibilizar as medidas para reativar a economia.