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Nelson Teich pede demissão do Ministério da Saúde

Após uma reunião no Palácio do Planalto na manhã desta sexta-feira (15), o ministro da Saúde Nelson Teisch anunciou que optou por se desligar do governo. Oncologista, ele ficou no comando da pasta por 28 dias, substituindo Luiz Henrique Mandetta. Assim como seu antecessor, Teich acumulou desavenças com o presidente, que deseja mudar os protocolos de tratamento da covid-19, adotando abertamente a cloroquina, e flexibilizar o isolamento social para reativar a economia bem no ápice da pandemia no Brasil.

As especulações agora giram em torno do sucessor. Entre os cotados estão Osmar Terra, político, ex-ministro, formado em medicina e aliado, e Nise Yamaguchi, oncologista e imunologista. Ambos defendem o uso da cloroquina.

Ainda que mais diplomático que Mandetta, Teich discordou do presidente e preferiu seguir os critérios defendidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela comunidade médica brasileira no enfrentamento ao coronavírus. As recusas de Teich irritaram o presidente.

Na semana passada, Teich publicou no Twitter: “Um alerta importante: a cloroquina é um medicamento com efeitos colaterais. Então, qualquer prescrição deve ser feita com base em avaliação médica. O paciente deve entender os riscos e assinar o ‘Termo de Consentimento’ antes de iniciar o uso da cloroquina.”

Bolsonaro rebateu reafirmando sua autoridade: “Olha só, todos os ministros, eu já sei qual é a pergunta, têm que estar afinados comigo. Todos os ministros são indicações políticas minhas e quando eu converso com os ministros eu quero eficácia na ponta. Nesse caso, não é gostar ou não do ministro Teich, é o que está acontecendo”.

Conheça os pontos de atrito entre o agora ex-ministro Nelson Teich e Jair Bolsonaro:

  • Cloroquina: sem base científica, Bolsonaro defende com insistência o uso do medicamento nas fases iniciais dos tratamentos contra a covid-19. Para tanto, o presidente quer mudar os protocolos do SUSs. Sem eficácia comprovada e com fortes efeitos colaterais, a cloroquina é admitida como uma possibilidade só em casos mais graves;
  • O decreto de Bolsonaro que considerou salões de beleza, barbearias e academias de ginástica como atividades essenciais durante a pandemia não foi discutido com o ministro, que soube da decisão pela imprensa;
  • O presidente quer uma flexibilização mais imediata e mais ampla dos critérios de isolamento, algo que Teich não desejava.

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