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Morre Madeleine Albright, primeira mulher secretária de Estado dos EUA

Ela jamais foi uma figura simpática. Seu nariz aquilino e os olhos inquisidores a tornaram a figura do governo Bill Clinton (1993-2001) mais parecida com a águia americana. A primeira mulher nomeada secretária de estado dos Estados Unidos não reclamava da comparação. Na posição similar a de ministro das Relações Exteriores, no segundo mandato do democrata (97-01) teve que lidar com as crises internacionais que rondavam a maior potência do mundo e com alguns dos homens mais poderosos de seu tempo. E o fez com maestria. Antes, foi embaixadora dos EUA nas Nações Unidas. Já doente, escreveu no The New York Times, em 23 de fevereiro, um dia antes da invasão da Ucrânia, que Vladimir Putin estava para cometer “um erro histórico”. Ela foi a primeira autoridade de seu país a manter contato com Putin, quando ele se tornou presidente interino da Rússia, em 2000. “É pequeno e pálido, tão frio que é quase um réptil”, notou na época.

Falecida nesta quarta-feira (23), aos 84 anos, vítima de um câncer, Albright chegou a ser comparada também com ex-primeira-ministra britânica Margareth Thatcher, figura feminina mais forte dos anos 1980. Nascida Marie Jana Korbel, Madeleine era filha de um diplomata tchecoslovaco que fugiu da invasão alemã em 1939, quando ela tinha apenas dois anos. Depois do exílio no Reino Unido, a família até voltou, mas a opressão soviética fez com que os Korbel tentassem a vida nos Estados Unidos.

Só em 1997, aos 60 anos, descobriu que a fuga da família não se deu por razões políticas. Três de seus avós morreram em campos de concentração por serem judeus. “Fiquei chocada e, para ser honesta, envergonhada ao descobrir que não conhecia melhor a história da minha família”, escreveu em seu livro de memórias “Prague Winter: A Personal Story of Remembrance and War, 1937-1948”. Por isso, o crescimento da extrema direita no mundo a inspirou a produzir, em 2018, “Fascismo – Um alerta”, onde contou um pouco sua história e fez uma análise precisa e impiedosa sobre essa corrente política ditatorial. “O patriotismo é uma coisa, é bom, mas o nacionalismo radical é muito perigoso”, afirmou.

Poliglota e culta, se fez presente na política internacional quando o governo americano tentou assumir o papel de “polícia do mundo”, influenciando no Oriente Médio e no conflito dos Balcãs. Professora de relações internacionais na Universidade Georgetown, em Washington – DC, antes de entrar no governo Clinton tornou sua casa uma espécie de centro de debates entre os partidários democratas. Apesar das críticas do passado, alguém como ela faz falta em um momento em que os Estados Unidos precisam lidar com crise na Ucrânia.

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