O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou nesta segunda-feira (27), que o foco de sua atuação – e do Legislativo – vai ser o enfrentamento do coronavírus e dos estragos econômicos provocados pela crise decorrente. Maia afirmou que, diante de tamanho desafio, as sucessivas crises políticas provocadas pelas saídas dos ministros da Saúde e da Justiça, Luiz Henrique Mandetta e Sergio Moro, respectivamente, devem ser deixadas de lado por enquanto, mesmo com as sérias denúncias contra o presidente Jair Bolsonaro. “A crise política é do Executivo e lá deve ficar”, disse.

Maia pediu calma e muito cuidado sobre a possibilidade de instalação de uma CPI que poderia levar a um processo de impeachment. Há cerca de 30 pedidos na Câmara. Um deles é do MBL, grupo político que foi aliado de primeira hora na campanha eleitoral do agora presidente. “A Câmara deve ter paciência e equilíbrio para tratar do que é mais importante, que é a vida dos brasileiros”, disse. Como exemplo, citou que a ajuda estatal de R$ 600 para os necessitados foi obra dos deputados, que ampliaram o valor inicial de R$ 200 apresentado pelo governo.

Sobre a crise política que tenta evitar, chamou para si o protagonismo. “Eu sou o juiz. Não posso comentar. Já passei por isso no governo Michel Temer”, disse. Para ele, o desgaste e a eventual saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, geraria insegurança e “seria pior”. Pressionado sobre o que acha das denúncias de tentativas de ingerência de Bolsonaro na Polícia Federal, o deputado se limitou a dizer que “as investigações terão resultado”.