O acordo Mercosul-União Europeia (UE), que começou a ser negociado em 1999, parece estar longe de ter uma resolução, pelo menos, se depender do governo francês. Nesta segunda-feira (22), autoridades do país afirmaram que não há chances de ratificar qualquer acordo tendo em vista as numerosas exigências a serem cumpridas pelos países sul-americanos, em particular o Brasil.
Vale destacar que a França é o maior país agrícola da UE e um acordo de livre comércio é também uma ameaça aos produtores locais – que temem uma competição com os produtos agrícolas brasileiros e argentinos no bloco. O presidente francês, Emmanuel Macron (imagem), por questões ambientais e de viés protecionista, vem demonstrando preocupação com o aumento do desmatamento da floresta amazônica e a degradação de outros biomas, por isso, receia que a o acordo caracterize o bloco como conivente a estas práticas.
Em 2019, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) estimou que o acordo formaria uma área de livre comércio que soma US$ 19 trilhões em Produto Interno Bruto (PIB) e um mercado de 750 milhões de pessoas. Vale ressaltar que a agenda ambiental ganhou mais importância com o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris neste ano. “O governo brasileiro tem de responder, trazer soluções e boas notícias no âmbito do desmatamento e da Amazônia. Eles sabem. Nas nossas conversas com o vice-presidente (Hamilton Mourão), com o chanceler e o resto do governo todos aceitam que há essa necessidade”, afirmou o embaixador da UE em Brasília, Ignacio Ybáñez.