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Festival de toxidade e acusações no coração do União Brasil

Incêndio na casa de praia de Antonio Rueda expõe o ambiente no terceiro maior partido da Câmara, por onde circularão R$ 625 milhões em 2024

O suposto incêndio criminoso que atingiu as residências de praia do presidente e da tesoureira do União Brasil, Antônio Rueda e sua irmã, Maria Emília, na noite de segunda-feira (11), em Ipojuca, litoral sul de Pernambuco, deflagrou uma guerra de acusações e insinuações cujo prêmio seria o controle de uma bolada de mais de R$ 625 milhões em 2024. Desse total, R$ 518 milhões irão para o fundo eleitoral da sigla para utilização nas campanhas municipais, além dos R$ 108 milhões não corrigidos vindos do Fundo Partidário (que sustenta a estrutura da legenda no dia a dia).

Fruto da fusão entre PSL e DEM, o União Brasil é o terceiro maior partido na Câmara, com 69 deputados. No Senado é o quinto, com sete representante, e possibilidade de eleger o próximo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), atual presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Alcolumbre presidiu o Senado no mandato de Bolsonaro. Hoje o partido ocupa três ministérios: Turismo, com Celso Sabino, Comunicações, de Juscelino Filho, e Integração e Desenvolvimento Regional, com Waldez Góes.

Com tanto prestígio político e proximidade do poder, a briga começou com a derrota de seu fundador, o deputado pernambucano Luciano Bivar (imagem), nas eleições à presidência da sigla. A vitória foi de Rueda, por 30 votos a zero, fevereiro. Ele deixaria o cargo no final do mês. A partir daí, só confusão.

  • Rueda era um antigo aliado e sócio de Bivar, que não perdoa o que classifica de traição. Ambos controlavam o partido com centralismo e mão de ferro;
  • Bivar chegou a trancar as portas da sede da legenda para impedir o vencedor de entrar; 
  • Bivar teria ameaçado Rueda e seus familiares, incluindo sua filha de 11 anos;
  • Rueda deu queixa de Bivar na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal;
  • Um vídeo das ameaças foi entregue aos investigadores do DF e segue em sigilo;
  • Cópias foram entregues aos colegas de União Brasil
  • Como Bivar é deputado, o caso será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
  • O relator no Supremo é o ministro Nunes Marques, que ainda não decidiu se autoriza uma investigação;
  • Receoso, Rueda teria saído do país para preservar a família;
  • As casas foram arrombadas e incendiadas. Os focos vieram de pontos onde não há fiação ou focos de calor, indicando uma ação provocada. As chamas atingiram duas residências encostadas, mas as chamas jamais entraram em contato;
  • Os imóveis ficam na Praia do Toquinho, em Pernambuco, berço político de Bivar, que também tem casa no mesmo condomínio;
  • Nesta terça (12), na saída de um evento Palácio do Planalto, Bivar afirmou: “Eram duas casas velhas e desabitadas. E parece que não havia apólice de seguro. A polícia civil está investigando”;
  • Bivar negou qualquer participação: “Tudo é ilação. Tudo é ilação, é mais um factoide, tá certo?”
  • A seguir, atacou: “A mulher do presidente [Rueda] foi no meu apartamento e roubou meu cofre. Essas coisas também. Foi ao meu apartamento, eu cedi confiantemente um segredo e ela roubou todo o dinheiro. Eu tinha um valor significativo”;
  • Ele não revelou o valor, a procedência do dinheiro, se deu queixa do crime e se possuiria provas;
  • O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um dos principais nomes do União Brasil, classificou os incêndios de “pistolagem” e disse que o ex-presidente do partido é o responsável;
  • Bivar rebateu Caiado: “Ele é um pigmeu moral. Tudo que puder fazer para beneficiar as mutretas do oportunista, como Bolsonaro já disse lá atrás, ele é capaz de fazer. Não é uma palavra que se leva em consideração. Eu não tenho nada a ver com isso”;
  • Caiado também informou que o partido acionará o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tirar o mandato de Bivar e expulsá-lo da agremiação;
  • O secretário-geral da sigla, ACM Neto, disse que tudo é grave e pede uma investigação;
  • “Não temos como não suspeitar de Bivar”, disse o advogado Paulo Catta Preta, que defende Rueda;
  • A polícia do DF ofereceu escolta à família de Rueda;
  • Em uma coletiva, nesta tarde, Bivar alegou ter ameaçado Rueda, mas apenas “politicamente”;
  • Bivar alega que também foi ameaçado, mas que não gravou ninguém;
  • O União Brasil fez uma convocação geral para decidir, em caráter de urgência, a expulsão sumária de Bivar.

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