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Fake sobre cirurgias de gênero é eleita a mais absurda de 2023

USP nunca realizou cirurgias em crianças a partir de 4 anos de idade

Em fevereiro de 2023, um grupo de deputados de direita compartilhou uma notícia falsa de que a Universidade de São Paulo (USP) realizava cirurgias de mudança de sexo em crianças a partir de 4 anos de idade, sem autorização dos pais. A notícia se espalhou rapidamente nas redes sociais e foi compartilhada por milhares de pessoas.

Agora, ela foi votada a fake mais absurda do ano no LinkedIn de MONEY REPORT, foi de que a USP realiza cirurgias de mudanças de sexo em crianças.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) não realiza cirurgias de redesignação sexual em crianças ou adolescentes. A unidade de saúde informou que a opção pelo procedimento só pode ser feita após os 18 anos — o que está de acordo com norma do Conselho Federal de Medicina (CFM). O atendimento a crianças trans no hospital envolve a família e uma equipe multidisciplinar especializada.

Segundo o Hospital de Clínicas, o acompanhamento de menores de idade com particularidades no desenvolvimento da identidade de gênero não inclui tratamentos ou procedimentos. Trata-se de assistência prestada à criança ou adolescente e à família por uma equipe multidisciplinar especializada, formada por psiquiatras, assistentes sociais, endocrinologistas e psicólogos. Pela lei brasileira, a cirurgia de transição de gênero só pode ser realizada em adultos acima dos 18 anos; a introdução de tratamento hormonal é permitida a partir dos 16.

O coordenador do ambulatório, Alexandre Saadeh, explicou o processo de acolhimento em entrevista para o jornal USP em 2019. “A criança é acompanhada. A gente não faz intervenção hormonal nem cirúrgica nenhuma em criança”, disse. “No início da puberdade, para ganhar um tempo [no diagnóstico], para não acontecer as mudanças corporais específicas de cada aspecto nessa faixa etária, fazemos o bloqueio da puberdade, ou seja, essa criança, esse pré-púbere, não vai desenvolver caracteres sexuais secundários do seu sexo biológico. Com isso, a gente ganha um tempo a mais de acompanhamento desse adolescente e aí tem a certeza diagnóstica para aos 16 anos entrar com o hormônio específico relacionado com a sua identidade de gênero”, explicou.

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